A artista americana Jenny Holzer está reprisando sua instalação seminal de 1989, Light Line, na rotunda projetada por Frank Lloyd Wright no Museu Guggenheim, em Nova York. Quase 35 anos desde a sua criação, a instalação eletrônica baseada em textos foi atualizada com tecnologia moderna e, mais notavelmente, décadas de observações a haicais e epigramas fragmentados, apelidados de “Truísmos” pela artista radicada no Brooklyn, relativos à violência, injustiças e ameaças à democracia.

“ABUSO DE PODER NÃO É SURPRESA” e “MÁS INTENÇÕES PODEM RENDER BONS RESULTADOS” são vários de seus textos mais notáveis ​​​​na obra – mensagens que têm a mesma relevância hoje de quando foram cunhadas pela primeira vez, há mais de três décadas.

A instalação em espiral percorre seis andares da instituição, o dobro da extensão de 1989. Tocando em um ritmo um pouco mais lento que os flashes frenéticos do original, Light Line surge “como se você estivesse bebendo as palavras”, segundo a curadora da exposição, Lauren Hinkson.

Acompanhando a instalação central está uma série de trabalhos multimídia mais recentes, como a série Cursed (2022) de Holzer, que sobrepõe os tweets inflamatórios do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, em placas de metal, refletindo assustadoramente sobre as contradições incessantes, mensagens racistas e misóginas que Trump publicaria praticamente a qualquer momento antes e durante (para não mencionar depois) do seu mandato. Também está em exibição uma reinterpretação colaborativa dos “Ensaios Inflamatórios” de Holzer com o artista Lee Quiñones, residente em Nova York, e uma instalação pública baseada em texto na fachada externa do Guggenheim. Nesta última, e exibida durante a noite, Holzer projeta poemas de escritores como Anne Carson, Henri Cole e Yehuda Amichai, entre outros.

Light Line ficará em exibição até 29 de setembro de 2024, enquanto a instalação externa termina em 20 de maio de 2024.