Elas até podem pegar o elevador, se quiserem, mas no Claridge’s em Londres, as pessoas atualmente preferem as escadas. No topo da escadaria principal daquele glamoroso hotel está um caleidoscópio de borboletas de cores vivas. Obra do artista britânico Damien Hirst, a clarabóia de vidro colorido com centenas de borboletas é uma nova adição ao hotel e a primeira incursão de Hirst em vitrais.
A janela retangular – que mede 1,80 por 2,5 metros e apresenta uma massa de “asas” de vidro cerúleo, escarlate e lilás – fica no teto do patamar da escada do 8º andar. Iluminado por luzes de LED, atrai os hóspedes além da Royal Suite para as varandas.
Hirst têm uma história rica com borboletas: os insetos alados apareceram nos primeiros trabalhos na década de 1980, mas mais notavelmente em 1991, em In and Out of Love. Nessa mostra, borboletas vivas emergiram de pupas afixadas em telas. Os espectadores foram convidados a ficar em meio a um ciclo de vida em constante mudança de nascimento, sexo e morte, enquanto as borboletas – presas em uma sala de galeria do Soho – viviam sua curta existência como uma instalação de arte.
Ao mesmo tempo, Hirst expôs pinturas que incorporavam espécimes inteiros de borboletas, técnica que ele retomou em 2011, quando usou asas reais para criar obras que lembram vitrais de rosáceas. A certa altura, seu estúdio era considerado o maior importador de borboletas exóticas do Reino Unido.
Sendo Hirst – o mesmo das vacas podres, pílulas e uma obsessão por caveiras – as borboletas se mostraram controversas. Suas “coisas mortas estão muito mortas”, comentou a revista Frieze sobre uma retrospectiva da Tate Modern de 2012 que reapresentou a instalação do ciclo de vida da borboleta. “Não revela muita coisa.”
Em contraste, este novo trabalho de vidro é positivamente alegre. “Eu amo luz e amo borboletas”, disse Hirst. “Adorei o resultado; Eu queria criar um caleidoscópio otimista de esperança, luz e borboletas e acho que o resultado fala por si.”
