Bienal do Sertão chega a sua sexta edição

Sérgio Adriano H

A Bienal Internacional do Sertão foi idealizada pelo curador e historiador Denilson Santana, em 2012. Desde a sua primeira edição, a Bienal se identifica e se diferencia pelo seu traço nômade, deslocando-se a cada vez em um lugar diferente daquela imensa região que compreende e atravessa vários estados e diferentes culturas, no Brasil.

A Bienal, como lembra o criador da manifestação, surgiu pela necessidade de unir os artistas e as produções de arte contemporânea na/da região do sertão. De fato, aqui, sempre existiu a urgência de instaurar um novo modelo de gestão gratuita e livre de artistas de todas as nações, ampliando também a visibilidade da arte no país.

Por isso, desde o começo da Bienal, corresponde-se toda edição com um tema específico ponderado para cada região, pensando-a de maneira itinerante por causa da vastidão do território a abranger, pelas suas peculiaridades e, último mas não menos importantes, pelas suas paisagens diferenciadas: naturais, sociais, culturais. Desde o 2012 a Bienal Internacional do Sertão se põe dentro de uma linha inovadora e original, conforme às manifestações expositivas cujo foco é nas pesquisas mais afinadas das artes visuais, quer no Brasil quer além do país.

Rafael Amorim

EDUCAR A PAISAGEM

“Educar a paisagem” é o título desta sexta edição: trata-se, mais uma vez, de uma possibilidade para reafirmar as inúmeras identidades da arte visual brasileira, propondo-se de misturar a produção artística mais recente de artistas residentes no país, convidando e mantendo um diálogo aberto com outras culturas e inúmeras reflexões. “A ideia de focar nesse tema vem de seminários, encontros e conversas espalhadas por todo Brasil e é pensando dentro do contexto da educação do olhar com as possibilidades da arte contemporânea em transitar em outras linguagens e áreas do conhecimento tendo a paisagem, fictícia, real, simulada, virtual, como base de tratamento e reflexivo sociocultural”, ressalta o fundador da Bienal, Denilson Santana.

Estruturada por dois núcleos de pesquisa, um histórico e um contemporâneo, a sexta edição da Bienal se desenvolverá no estado do Ceará, no Centro Cultural do Banco do Nordeste em Juazeiro do Norte (núcleo contemporâneo) e no Museu de Paleontologia da Urca em Crato (núcleo histórico). “A vontade de escolher a região do Cariri cearense é um atrativo excelente pra pensarmos a questão e tratamento antropológico, visto em sua história como campo paleontológico importante nas matérias e matrizes do sertão, além de ser local estratégico para ampliar as diretrizes e intercâmbios da Bienal com a inserção de artistas mais ao norte do país e da América Latina”, relembra-nos o criador da Bienal.

Jane Batista

AS NOVIDADES DA SEXTA EDIÇÃO

Entre as várias novidades que traz consigo essa sexta exposição, sinaliza-se um maior intercâmbio com artistas internacionais, a inclusão de curadores e artistas convidados, a presença de uma micro residências artísticas e um aumento de instituições apoiadoras, além da ampliação dos seminários formativos. “Educar a paisagem” se transformará em uma Bienal difundida, criando uma rede inclusiva contando dois pólos populacionais: Crato e Juazeiro do Norte.

Além disso, várias obras serão realizadas no espaço público da cidade, assim promovendo um envolvimento maior da população em relação às paisagens formadas pela arte de hoje.

“Educar a paisagem”, colocando-se como evento central no calendário das artes no país, atualiza o momento presente e nos identifica para pensarmos juntos as reavaliações do planeta, no campo educativo, histórico-ancestral e colaborativo como também nas novas tendências da arte contemporânea trazidas pelos principais artistas visuais, curadores e pesquisadores de nível internacional. Além disso, a Bienal Internacional do Sertão ofereceu a possibilidade de participação totalmente livre por meio de uma chamada pública para a qual responderam quase 500 perfis de vários países do mundo. Porque o sertão se encontra em cada lugar.

ARTISTAS

Núcleo Contemporâneo: CCBNB – Cariri. Juazeiro do Norte.

Anna Menezes
Anna Moraes
Ateliê Vivo
Diego Dionísio
Felipe Ferreira
Guilherme Borsatto
Helô Bahia
Igor Oliveira
Jane Batista
JeisiEkê de Lundu
KAÔ
Larissa Rachel Gomes Silva
Larissa Batalha
Leandro Nerefuh
Lucas Alves
Marcenaria Olinda
Marcos Martins
Sérgio Adriano
Messias Souza
Milena Ferreira
Nen Cardin
Nita Monteiro
Rafael Amorim
Rafael de Almeida
Rafael Vilarouca
Rao Godinho
Robson Xavier
Thiago Modesto
Vika Teixeira
Yasmin Formiga

​Representaçoes internacionais:

Alemanha: Christine Schon
Argentina: Ana Rey
Rússia: Oksana Rudko
Holanda: Neyde Lantyer
Itália: Benna Gaean Maris
Japão: Tetsuya Maruyama
México: Biophillick
Paraguai: Lilian Camelli

CURADORES

Denilson C. Santana, Matteo Bergamini, Lucas Dilacerda, Renata Lima.

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