Athos Bulcão nasceu no Rio de Janeiro, então capital da República, em 2 de julho de 1918. Com a morte da mãe, foi criado pelo pai e pelas irmãs (tinha ainda um irmão). Frequentava o meio dos artistas e escritores modernistas, entre eles Carlos Scliar, Jorge Amado, Pancetti, Enrico Bianco – que o apresentou a Burle Marx -, Milton Dacosta, Vinicius de Moraes, Ceschiatti e Manuel Bandeira, entre outros. Abandonou o curso de medicina para dedicar-se às artes visuais por influência desses amigos, entre eles Murilo Mendes, que o apresentou ao casal de pintores formado pela portuguesa Vieira da Silva e pelo franco-húngaro Arpad Szenes. Aos 21 anos, foi apresentado a Portinari, de quem foi assistente no Mural de São Francisco de Assis na Pampulha, aprendendo técnicas que se revelariam fundamentais em sua produção autoral. Passa um ano em Paris com bolsa de estudos, entre 1948 e 1949. Depois de uma breve pesquisa em fotomontagens, sua formação e relações culminam, em 1953, em seu ingresso na NovaCap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital). A partir de então, Bulcão desenvolve a técnica que o tornaria internacionalmente conhecido e incorporado ao imaginário brasileiro como artista original: o mural de azulejos, acompanhado de relevos e painéis. Algumas de suas obras estão no Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Teatro Nacional Claudio Santoro, Palácio do Itamaraty, Palácio do Jaburu, Memorial Juscelino Kubitschek, Capela do Palácio da Alvorada, Hospital Sarah Kubistchek e outros. Após lutar por 17 anos contra o Mal de Parkinson, morreu em 2008, aos 90 anos.