Oi Futuro apresenta pesquisa inédita sobre o futuro dos museus
Bruna Cruz - Coordenadora do Musehum - Oi Futuro
Não basta falar de tecnologia sem considerar a troca de afetos e conhecimentos que motiva as conexões e as redes. Sara Crosman, presidente Oi Futuro
A Dasartes participou na manhã desta quinta-feira, 21 de setembro, do encontro de apresentação da pesquisa realizada pelo Oi Futuro em parceria com o Grupo Consumoteca e apoio do British Council. O estudo teve como objetivo investigar a recente transformação da relação entre o público e os museus, que vem se transformando mesmo com o retorno integral das atividades presenciais.
Em uma era de distrações e sobrecarga digital, o que pode tornar os museus atrativos para públicos amplos e diversificados? Como museus podem construir relacionamentos fortes e duradouros com diferentes perfis de público, desde o visitante clássico até o hiperconectado? Estas foram algumas das questões respondidas pela pesquisa internacional inédita do Oi Futuro, instituto de inovação e criatividade da Oi, que também apontou nove tendências globais para o futuro desses espaços.
Em nossa pesquisa, percebemos que é comum entre pessoas que não frequentam Museus que sua única experiência tenha sido com passeio escolar e que isto é entendido como uma extensão da educação formal. Muitos ainda tiveram que fazer uma prova Sobre a visita, gerando uma relação ainda mais tensa. A percepção que predomina é a de que “ja vi, está visto. Carla Uller, diretora de projetos e comunicação Oi Futuro.
Um dos principais desafios mapeados pelo estudo foi justamente a dificuldade de museus e centros culturais em se adequarem à “era do protagonismo”, que exigem que estes espaços repensem a jornada de seus visitantes e incorporem novas experiências culturais, visando contemplá-los no centro. Para o especialista brasileiro Marlus Araújo, fundador do MUSEU.XYZ, espaço cultural voltado para realização de exposições nos metaversos da blockchain Ethereum, os museus precisam tentar acompanhar uma sociedade em que todos são produtores de conteúdo: “Não cabe mais a visão ‘topdown’ de só trazer curadorias e dizer ‘venham ver isso porque isso é importante’, a relevância de um conteúdo deve ser entendida em seu contexto social. O museu tem que incentivar que o público se aproprie do conteúdo, estabelecendo uma relação com a comunidade em que ela se sinta parte do museu: ‘a gente tá cocriando, tá sendo coautor de uma exposição, de uma pesquisa’, isso é essencial”.
A pesquisa também identificou que atualmente o público brasileiro se divide em quatro grupos, cada um com uma característica comportamental diferente em relação aos museus. O primeiro é composto pelos desinteressados: aqueles que preferem consumir arte e cultura de dentro de casa e perderam o interesse pelos museus. O segundo são os escapistas, que até frequentam museus quando há experiências sensoriais que geram uma sensação de escape, mas no geral preferem realizar atividades ao ar livre. O terceiro grupo é formado pelos tradicionais, pessoas que adoram museus, continuam frequentando-os na mesma frequência de antes da pandemia e os consideram espaços para uma experiência clássica, contemplativa e reflexiva. Por último, há os topa-tudo, que se engajam na programação cultural da cidade e veem arte e lazer como coisas integradas: acreditam que a cidade é um museu a céu aberto.
NOVAS TENDÊNCIAS PARA O FUTURO DOS MUSEUS
Segundo a Head de Insigh da Consumoteca, Marina Roale, um exemplo desta mudança de organização social para na era do protagonista está nos canais de reação como o Casimiro, que se tornou famoso apenas reagindo a conteúdo da web. Hoje não são mais os 15 minutos de fama do Andy Warhol, são 24h por dia lutando por um espaço no algoritmo. Na geração Z, um ícone desta tendênciaé o POV, point of view, onde eu sou o centro e tudo se passa pela minha visão. Os museus seguem tendo sua função social de contar a História com H maiúsculo, mas nesta tarefa precisam se adaptar. Na era do protagonismo, isto significa não entregar tudo pronto, mas permitir que o visitante construa sua própria narrativa. Ele também precisa se sentir incluído, o que requer reavaliar a História que herdamos da era colonial. Precisamos de experiências mais Personalizados para os diferentes públicos. Dentro da discussão sobre o futuro dos museus, falamos de afeto como a ação de afetar e ser afetado. Buscamos oferecer afeto por meio do acolhimento e da experiência. Na área das grandes experiências imersivas, há de se tomar cuidado nesta busca, pois a linha entre o puro entretenimento e a experiência cultural é tênue.
Figital: fisico+digital
Sempre que se fala do futuro de qualquer coisa, usa-se a imagem do óculos de realidade virtual, mas ninguém tem ou usa isto, porque não funciona. A solução não é só a tecnologia, mas criar as experiência que vão torná-la atraente. Os óculos de RV podem ser uma forma de atrair público, como a escada rolante de antigamente, que algumas pessoas iam ao shopping center so para experimentar. Mas está novidade só atrai o visitante uma vez. Disse Marina Roale, Head de Insight da Consumoteca, parceira da pesquisa.
Para fortalecer a relação entre museus e o público, a pesquisa do Oi Futuro destaca nove tendências globais para o futuro dos museus. Entre as principais percepções dos especialistas, está a ideia de que estes espaços precisam cada vez mais conhecer, ouvir e representar seus públicos, visando uma atmosfera de cocriação e hibridismo cultural.
1) “Museu de todas as tribos”: é aquele que traz em sua programação diferentes tipos de atividades, formatos e linguagens, atraindo um público eclético e se fundamentando como um espaço diversificado culturalmente.
2) “Museu de extra-muros”: é o “que não tem paredes”, se conecta com a comunidade do entorno de tal forma que a cidade inteira vive palco de exposições, shows, e atividades integrativas.
3) “Museu das sensações”: proporciona experiências sinestésicas, completas e que possibilitam uma reconexão do visitante consigo mesmo, com seu corpo e suas sensações.
4) “Museu figital”: é aquele que traz experiências virtuais e tecnológicas únicas para dentro dos espaços físicos, aliando o melhor do mundo digital com o melhor dos aparatos museais.
5) “Meta museu”: entra na casa das pessoas. O espaço já nasce virtual, acessível de qualquer dispositivo.
6) “Museu da história ampliada”: é aquele que se dedica a contar a História a partir de vozes não-hegemônicas.
7) “Museu Cápsula Itinerante”: é o que vai até o seu público, levando exposições e experiências únicas para locais afastados.
8) “Museu Insone”: abre as suas portas em horários não convencionais, proporcionando um outro tipo de relação com seus espaços.
9) “Museu do Backstage”: se propõe não apenas a mostrar o resultado final das obras.
A apresentação foi finalizada com uma mesa redonda com a museóloga e coordenadora do Musehum Bruna Cruz, Marília Bonas, diretora do museu da língua portuguesa e Marlus Araújo, especialista em metaverso.
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