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MARGS celebra o centenário da artista Fayga Ostrower

Em homenagem ao centenário de nascimento da artista e educadora Fayga Ostrower (1920-2001), o Museu de Arte do Rio Grande do do Sul (MARGS) preparou uma programação especial nas redes sociais. Entre os dias 12 e 18 de setembro, serão compartilhados registros da trajetória e da contribuição de Fayga para a história da arte brasileira.

Nascida na Polônia, no dia 14 de setembro de 1920, Fayga teve sua carreira radicada no Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 13 de setembro de 2001. Além de ser gravadora, pintora e ilustradora, atuou como professora e teórica da arte. O objetivo de trazer a público o legado da artista se insere nos esforços e ações da atual gestão do MARGS em relação à reivindicação histórica e reparatória por uma maior visibilidade, representatividade e legitimação das artistas mulheres.

A programação de homenagem à Fayga envolverá postagens ao longo da semana no Instagram e Facebook do MARGS, com conteúdos sobre a artista que é um dos grandes nomes da arte brasileira. Serão publicados textos, imagens de obras, fotografias e vídeos que abordam a trajetória de Fayga Ostrower, destacando sua produção artística e a atuação como educadora e teórica da arte.

Um dos temas será a relação da artista com o MARGS. Em 1985, o Museu recebeu exposição retrospectiva da artista, intitulada “Fayga Ostrower – Obra Gráfica – 1944/1983”, a qual contou com a presença da própria Fayga, que ministrou um curso e proferiu duas palestras sobre questões gerais da arte, desenvolvimento pessoal e criatividade.

Para resgatar esses momentos e a memória da artista, o Núcleo de Acervo e Pesquisa e o Núcleo Educativo e de Programa Público do MARGS realizaram um apanhado histórico sobre essa multiartista e educadora pesquisando materiais em texto, fotografia e vídeo, incluindo obras do Acervo Artístico e itens do Acervo Documental do Museu. As postagens reúnem fotografias de obras da fase figurativa a da abstrata, o vídeo “Fayga Ostrower, paixão pela arte” (2012), documentos da mostra e das conferências no MARGS, bem como as doações recentes do Instituto Fayga Ostrower ao Museu.

Com a programação em homenagem à Fayga Ostrower voltada às redes sociais — que se dá no contexto do fechamento temporário do Museu em enfrentamento à Covid-19 —, o MARGS se soma às celebrações do centenário de nascimento da artista em parceria com o Instituto Fayga Ostrower.

Em 2019, o Instituto Fayga Ostrower deu início a um Programa de Doação de obras da artista para museus públicos do Brasil. Foram privilegiadas instituições públicas do RN ao RS, que receberam gravuras em metal, litografias, serigrafias, xilogravuras, desenhos, aquarelas, matrizes de madeira e metal, além de diversas publicações sobre Fayga (sua biografia, livros, catálogos de exposição e outros).

O MARGS integrou o Programa de Doações, vindo a adquirir por meio de doação 36 obras que passaram a integrar o seu Acervo Artístico, no qual a artista se encontrava pouco representada em termos de quantidade e diversidade de obras.

Nas palavras do diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol:

“O conjunto de obras vem não apenas a enriquecer o Acervo Artístico do MARGS, uma vez que se trata de tão reputada e importante artista; como também qualificar a presença e representatividade de Fayga neste mesmo Acervo, que já contava com algumas de suas obras, mas em número e expressividade reduzidos — o que agora se amplifica e qualifica em razão da aquisição por meio de doação”.

Fayga em seu atelier, Santa Teresa, Rio de Janeiro, 1966_Acervo Instituto Fayga Ostrower

Sobre a artista e educadora Fayga Ostrower

Gravadora, pintora, ilustradora, teórica da arte e professora, Fayga Ostrower nasceu no dia 14 de setembro de 1920, em Lods, na Polônia, e aos 14 anos veio com sua família para o Brasil. Cursou Artes Gráficas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, onde aprendeu xilogravura e gravura, entre outras técnicas. Em 1955, viajou por um ano para Nova York com uma bolsa de estudos da Fundação Fullbright. Faleceu em 13 de setembro de 2001, no Rio de Janeiro.

Além de participar de exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, atuou como docente na disciplina de Composição e Análise Crítica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no Spellman College, em Atlanta, EUA; na Slade School da Universidade de Londres, Inglaterra, e, posteriormente, como professora de pós-graduação, em várias universidades brasileiras. Também desenvolveu cursos para operários e centros comunitários, visando à divulgação da arte. Proferiu palestras em inúmeras universidades e instituições culturais nacionais e internacionais.

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