Sidney Amaral | Sesc Jundiaí

O Sesc Jundiaí apresenta a exposição inédita “Viver até o fim o que me cabe!” – Sidney Amaral: aproximação, mostra que homenageia a trajetória do artista Sidney Amaral (1973 – 2017). Com curadoria de Claudinei Roberto da Silva, a exposição reúne trabalhos que transitam entre as linguagens do desenho, da pintura e da escultura, além de cadernos do artista e obras em processo.

Segundo o curador, “‘Viver até o fim o que me cabe’ é uma iniciativa de caráter mais complexo do que o comum, nela vamos lidar com obras que previam e denunciavam as mazelas sociais de um país desigual e racista, além de obras de um acervo que ainda não é exatamente catalogado, nem é minuciosamente documentado e conhecido”.

Sidney Amaral pertenceu a uma geração de jovens artistas afro-brasileiros contemporâneos que trouxeram ao público e à crítica especializada uma produção potente, de qualidade formal, em consonância aos elaborados arranjos conceituais que não dispensam densidade poética.

Entre os objetivos da curadoria está aproximar o público de um recorte da vasta produção deste artista que faleceu precocemente e, também, inserir a obra de Amaral no conjunto de ações que dão visibilidade à produção de artistas afrodescendentes e contribuem para o surgimento e afirmação de uma sociedade mais plural e democrática. A mostra evidencia a versatilidade e competência do artista no emprego de materiais e técnicas diversas, comprometida com um elevado projeto estético e ético.

O curador Claudinei Roberto da Silva reforça que “Sidney Amaral não esteve alheio às urgentes demandas do nosso tempo e não nem se omitiu diante dos problemas que mais diretamente afetam as ‘maiorias minorizadas’ do Brasil, notadamente negras e negros assediados pelo histórico e estrutural racismo, porém o grau de engajamento do artista com essas questões prementes não ofuscou ou tornou secundário seu compromisso com a arte à qual se dedicou com afinco durante sua curta existência”.

Sobre o artista

Nascido de família proletária, na periferia da zona norte da cidade de São Paulo, Sidney Amaral manifestou precocemente seu interesse pela arte. Com intensa atividade desde o final da década de 1990 e um Prêmio Funarte de Arte Negra na bagagem, o artista participou de expressivas mostras nacionais e internacionais, entre as quais Afro Black Identity in America and Brazil; Latin America – A contemporary View, Galeria Zane Bennett, Novo México, EUA; Risco 2 – Paisagem, no Sesc Belenzinho e Nova Escultura Brasileira: Heranças e Diversidades, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. Em 2014, participou da 11ª Bienal de Dakar e Histórias Mestiças, no Instituto Tomie Ohtake. Em 2015/16, Territórios: Artistas Afrodescendentes no Acervo da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, mesma instituição que abrigou sua última exposição em vida – Metrópole: Experiência Paulistana.

Em 2015, como resultado do Prêmio Funarte de Arte Negra recebido em 2012, apresentou no Museu Afro Brasil sua maior exposição individual: O Banzo, o Amor e a Cozinha de Casa, com curadoria de Claudinei Roberto da Silva. Realizou também a individual Identidade, na Central Galeria de Arte, em São Paulo. No ano de 2016, a individual Objetos Inquietos, na Galeria Tato de São Paulo. Postumamente, sua obra foi apresentada em 2018 na mostra Histórias Afro-Atlânticas, no Museu de Arte de São Paulo e Instituto Tomie Ohtake, e A Vontade Foi Demais, na Galeria Pilar em São Paulo.

Como importante reconhecimento pelo seu trabalho, as obras de Sidney Amaral foram para acervos de relevantes instituições públicas e privadas: Museo de La Solidaridad Salvador Allende, Chile; Museu Afro-Brasileiro, Salvador; Museu Afro-Brasil, São Paulo; Pinacoteca do Estado De São Paulo; Instituto Itaú Cultural, de São Paulo; e o Acervo Sesc de Arte, coleção permanente do Sesc São Paulo.

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