MITA: Cosmologias da Diversidade | Centro Cultural da Diversidade

Cosmograma - Cultura em constante movimento, Rodrigo Bueno, 2005

O Centro Cultural da Diversidade recebe de 20 de novembro a 20 de dezembro a exposição coletiva “MITA: Cosmologias da Diversidade” que apresenta 20 artistas sob curadoria de Felippe Moraes. “MITA” é o encontro de criadores e criadoras que refletem sobre as relações de crença, espiritualidade e expressões cósmicas de corpos não
hegemônicos, de mulheres e pessoas LGBTQIA+. A exposição apresenta instalações, pinturas, colagens e fotografias ocupando espaços como a biblioteca, os jardins e espaços de circulação.

Nessa curadoria desenvolvida por Felippe Moraes com assistência de Ana Carla Soler, poéticas de artistas contemporâneos dialogam e encontram sinergias, através de evocações de mitologias pessoais e coletivas. Ao adentrar o Centro Cultural, o espectador é recebido pela “Porta do Inferno”, obra da artista Nina Lins. A escultura de 5m de altura, construída com madeira e serigrafia sobre isopor, evoca a obra homônima de Auguste Rodin. O trabalho guia o visitante para as instalações da biblioteca, como um convite a um mergulho no inconsciente, com obras de Alex Cerveny, Efe Godoy e Rodrigo Bueno.

A Biblioteca Anne Frank recebe fotografias, estandartes de carnaval e ressignificações de livros de história da arte entre as prateleiras e salas de leitura. Corpos femininos questionam os símbolos e sinais tradicionais da cultura patriarcal e das religiões hegemônicas. As tradições de terreiro, africanas e ameríndias, tornam-se o lugar de
convergência de muitas das obras, máscaras, objetos, figuras de proteção e adoração. Os corredores também acolhem trabalhos como os monóculos da série “Redoma de Vidro” de Elisa Arruda, com imagens evocando as encantarias do Pará. Ricardo de Càstro, conhecido por suas “abravanações” que marcaram a noite e a cena de arte paulistana nos anos 2000, ocupa parte do jardim com pirâmides de espelho, a fim de manifestar a força da “chama violeta” e da Era de Aquário.

“Essa é a curadoria de um artista em diálogo com outros artistas. Ela nos dá uma certa indisciplina para beber tanto da teoria psicanalítica de Carl Gustav Jung, quanto das Juremas, Umbandas, Candomblés e tensionamentos com tradições cristãs e neoclássicas. A mostra se baseia nas cosmologias como forma de curar nosso inconsciente coletivo, tão violentado por noções equivocadas do mito. Assim, oferecemos a MITA, sua contraparte cósmica. A mostra é uma observação sobre o sagrado que existe em nossos corpos dissidentes e a possibilidade de cura coletiva através dele”, conta Felippe Moraes, curador da mostra.

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