No dia 15 de maio abrem, simultaneamente, ao público as mostras individuais “Voar com a alma”, do artista Ricardo Sanchez, e a “A natureza do tempo”, do artista James Rowland.
.O primeiro e segundo andar da galeria serão dedicados à exposição do artista James Rowland. Inspirado pela serra da Bocaina, onde vive atualmente, o artista cria obras com formas biomórficas, buscando retratar a ação do tempo sobre a natureza e as cicatrizes cavadas na paisagem, utilizando-se da textura da madeira para esculpir relevos que transmitem fissuras naturais e vazios.
Outra faceta da discussão ‘tempo/natureza’ proposta pelo artista é como se dá a relação humana com a natureza, outrora intensa, que com sua forte presença foi semente de nossas crenças e folclores, e como, em contrapartida, a falta desta nos impacta.
“As pedras são esculpidas pela água e pelo vento, sementes se transformam em árvores que depois morrem e viram adubo. As fissuras, vazios e esqueletos aparentes são as imperfeições que a vida deixa marcada nos nossos corpos, nada é perfeito e nada resiste ao passar do tempo.” James Rowland.
No andar superior da galeria, Ricardo Sanchez, sob curadoria de Nilo Mattos de Almeida, aborda o urbano. Fotografando figuras cotidianas, que são de certa forma, invisíveis no nosso dia a dia, o artista cria um diálogo entre as imagens e os suportes, vindos da própria cidade e considerados ‘entulho’: azulejos quebrados, blocos de concreto, pás de pedreiro, apresentam-se como objetos tão invisíveis quanto as figuras sobre eles retratadas.
“São criaturas que certamente vemos, mas que também ignoramos ao mesmo tempo. Na era da internet, das relações virtuais, na superação do período pós-Covid-19, são uma parábola sobre estar e não estar vivos. De um primeiro olhar, pode-se pensar nas pessoas que também hoje vagam pelas cidades, a busca de proteção, de calor, de afeto.” Nilo Mattos de Almeida, curador da exposição.
Ricardo Sanchez ao utilizar suportes alternativos e únicos para transferir suas imagens, questiona a reprodutibilidade infinita da fotografia, transformando cada conjunto imagem/suporte em uma obra única, impossíveis de serem replicadas.