Felippe Moraes | ELEDÁ

Felippe Moraes realiza exposição “ELEDÁ” com 13 fotografias sobre o encontro com os Orixás

O artista carioca Felippe Moraes realiza a exposição individual ELEDÁ, lidando com o corpo como acesso à experiência mitológica, simbólica e espiritual dos orixás. Tendo sido contemplado nos editais de emergência para o período da pandemia da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro e Itaú Cultural, a exposição será realizada do dia 18/08 a 19/09 no Instagram do artista (@felippemoraes) em ação conjunta com a Verve Galeria (@vervegaleria). A mostra terá 33 dias com postagens diárias e apresentará 13 obras inéditas desenvolvidas durante a quarentena. Cada uma é acompanhada de um texto inédito de escritores, críticos de arte e lideranças do povo de santo convidados para o projeto.

ELEDÁ é um termo yorubá que quer dizer “o ancestral que habita em mim”. A série de fotografias tem como mote o corpo do próprio artista para discutir a noção de incorporação de seres e saberes. Segundo Moraes, a exposição apresenta uma redescoberta de sua prática artística como possibilidade poética e espiritual de evocar e invocar a presença do intangível. “Acredito que falar dos orixás é mais urgente do que nunca como resistência da brasilidade e seus característicos traços culturais e espirituais. Falo de um reencantamento do viver, de entrar em contato com o transcendente e o imanente através dos nossos corpos, histórias, cânticos e gestos. O trabalho é o resultado desse contato com os ancestrais no silêncio introspectivo. É uma forma de encantamento frente à solidão da pandemia.”

As fotografias, criadas dentro da Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro, surgem do encontro do artista com a paisagem, a natureza e o próprio corpo como manifestações do sagrado. Tais mitos são evocados por gestos, saudações e alegorias registradas nas imagens.

Dentre os autores convidados para escreverem sobre a série estão Marc Pottier, Ana Roman, Leandro Muniz e Flora Assumpção. Ao final da mostra, será lançada uma publicação digital através da UNIVASF (Universidade Federal do Vale do São Francisco) com versões estendidas dos textos dos autores, além de um ensaio do próprio Felippe Moraes, prefácio de Alexandre Sá e coordenação editorial de Julia Lima.

A mostra também conta com uma programação de lives no Instagram por todo o período. A primeira será no dia da abertura, 18/08 às 20h, com Alexandre Sá, coordenador do PPGARTE/UERJ. As seguintes ocorrerão todas as segundas-feiras às 20h, com uma hora de duração cada com artistas, críticos e lideranças do axé. Consulte a programação abaixo.

• 18/08 às 20h: Alexandre Sá e Felippe Moraes conversam sobre os processos, referências e marcos conceituais no desenvolvimento da série ELEDÁ. As intersecções entre arte contemporânea e sua relação com o axé.

• 24/08 às 20h: Marcela de Oyá, dirigente do Templo Cobra Coral e Felippe Moraes dialogam sobre as tradições do povo de santo, em especial umbandistas, e seus desenvolvimentos na série ELEDÁ.

• 31/08 às 20h: Miguel Sayad e Felippe Moraes conversam sobre o conceito de Espaço Vazio na psicanálise e seu desenvolvimento como processo artístico. Serão abordados os processos criativos empreendidos na residência EV_Largo, onde a série ELEDÁ foi desenvolvida em 2020 no Rio de Janeiro.

• 07/09 às 20h: Déba Tacana e Felippe Moraes conversam sobre a sobreposição dos referenciais simbólicos, narrativos e identitários de Oxossi, os caboclos de Umbanda e os indígenas assim como suas interações na prática artística.

• 14/09 às 20h: Sylvia Werneck e Felippe Moraes conversam sobre a trajetória do artista em relação à série ELEDÁ e o desenvolvimento do texto da crítica de arte sobre a obra “Autorretrato enquanto Oxossi”.

• 18/09 às 20h: Leandro Muniz e Felippe Moraes dialogam sobre a multiplicidade de suas práticas como artistas, curadores e pesquisadores, assim como essas influências sobre as respectivas obras.

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