A mostra Lélia em nós: festas populares e amefricanidade reúne pinturas, fotografias, instalações, documentos históricos e obras inéditas de artistas contemporâneos inspirada no pensamento da antropóloga, historiadora e filósofa brasileira Lélia Gonzalez (1935-1994).

André Vargas, Leia Lélia (2020-2021). Foto: Gabriel Zimbardi. Cortesia Galeria Vermelho.

Com cinco eixos temáticos, a mostra apresenta nomes consagrados como Walter Firmo, Adenor Gondim, Heitor dos Prazeres, Nelson Sargento, Raquel Trindade, Maria Auxiliadora e Alberto Pitta.

A MOSTRA

Lita Cerqueira, Procissão de Santo Amaro. Foto: Coleção da artista.

Também inspirada pelo livro Festas populares no Brasil (que ganha nova edição pela Boitempo), a exposição promove uma celebração da cultura afro-brasileira a partir de um recorte que estabelece diálogos e reflexões suscitados pela produção intelectual de Gonzalez.

Capa do livro Festas Populares, 1987.

A mostra também apresenta um recorte de sonoridades e musicalidades, tanto do universo das festas e festejos brasileiros quanto das intervenções do DJ Machintown e do trombonista Allan Abbadia, além de registros fonográficos da discoteca pessoal de Lélia.

Capas dos LPs Instituto Lelia. Foto: Fabio Souza.a

Lélia Gonzalez (1935-1994) foi uma das mais importantes intelectuais brasileiras do século 20. É uma referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe no Brasil, na América Latina e pelo mundo, sendo considerada uma das principais autoras do feminismo negro no país.

Hariel Revignet. Foto: Cortesia Galeria Mitre.

Festas populares: o livro  Espaço expositivo que reafirma Lélia Gonzalez como uma intérprete do Brasil por meio de excertos textuais de Festas populares no Brasil e reproduções fac-similares de artigos publicados na imprensa e documentos históricos.

ARTISTAS E EIXOS TEMÁTICOS

Guinho Nascimento, instalação-performance -11.  Foto: Everton Ballardin.

Racismo e sexismo na  cultura brasileira.  Cumé que a gente fica? Nesse eixo temático, cinco artistas, mulheres negras, são convidadas para, por meio de obras inéditas, darem uma expressão artística visual ao texto mais icônico e significativo de Lélia Gonzalez, Racismo e sexismo na cultura brasileira.

Rainha F., detalhe instalação. Foto: Everton Ballardin.

Pele Negra, máscaras negras O título desse núcleo dialoga com um dos livros mais importantes e influentes para a ascensão dos movimentos da luta antirracista, Pele negra, máscaras brancas, publicado em 1952 pelo psiquiatra martiniquense Frantz Fanon.

Adenor Gondim, Irmandade da Boa Morte.

Beleza Negra, ou: ora-yê-yê-ô Nesse eixo, a exposição evidencia a beleza e a dimensão política de afoxés, cortejos conduzidos por reis e rainhas – como Badauê, Filhas d'Oxum, Korin Efan, Ataojá, Ilê Oyá, Monte Negro e Filhas de Ghandy – que agregam multidões e que possuem estreita relação de origem com os terreiros de candomblé de Salvador.

Sérgio Vidal, Manhã de Carnaval. Foto: Everton Ballardin.

De Palmares às escolas de samba, tamo aí!  Exaltando o papel das mulheres negras como perpetuadoras dos valores culturais afro-brasileiros, o núcleo estrutura-se a partir da consideração de Lélia de que Palmares forjou uma nacionalidade brasileira baseada na igualdade.

Maria Auxiliadora, Sem Tíítulo. Foto: Bruno Leão.

Lélia em nós: festas populares e amefricanidade Quando: De 27 de Junho  a  24 de Novembro de 2024 Horários de funcionamento:  De terça a sexta das 10h às 21h;  Sábados, das 10h às 20h Domingos e feriados das 10h às 18h Local: Sesc Vila Mariana Classificação etária: Livre Entrada gratuita

A exposição oferece recursos de acessibilidade como fones de ouvido, três obras táteis e conteúdo disponível no aplicativo musea (plataforma para exposições com áudios, textos e vídeos).