As Edições Sesc lançam o livro Fiaminghi: Corluz, escrito por M. A. Amaral Rezende no dia 11 de maio, quinta-feira, às 19h30, na livraria Megafauna, em São Paulo. O evento terá um bate-papo seguido de sessão de autógrafos com o autor e com o crítico de arte João Bandeira.
Em edição bilíngue, a publicação se debruça sobre a obra do artista gráfico, desenhista, litógrafo e publicitário Hermelindo Fiaminghi (1920-2004), que criou o neologismo “corluz” para se referir as suas criações baseadas no embate entre luz e cor. O processo de descoberta da própria voz artística, por meio de experimentações com litografia offset e com a técnica de pintura a têmpera, é evidenciado pelos textos de Rezende e pelas várias imagens das telas de Fiaminghi, que permeiam toda a publicação.
Fiaminghi foi pioneiro nos campos do concretismo e do design visual e conviveu com artistas como Haroldo de Campos, Décio Pignatari, Augusto de Campos e Alfredo Volpi. Este último, inclusive, foi quem lhe ensinou a técnica da têmpera, uma forma de fazer tintas por meio do uso de itens como ovo, terra e água, entre outros. O uso da têmpera permite alcançar cores sólidas e brilhantes, que permitiram a Fiaminghi desenvolver uma abordagem inovadora da cor.
Hermelindo Fiaminghi hoje está presente nos principais museus brasileiros, destacando sua presença nas coleções do Modern Art Museum of New York (MOMA NY) e do Fine Arts Museum of Houston (FAMH), além de grandes colecionadores particulares.
“Perpassado por aspectos biográficos, Fiaminghi: Corluz traz uma análise detida da obra do artista, a partir da eleição de exemplares paradigmáticos dos diferentes momentos da sua produção pictórica, com foco no período entre os anos 1950 e 1990. A esse conjunto, somam-se ainda artigos selecionados, cronologia, entrevistas e depoimentos, perfazendo um panorama favorável à compreensão não apenas do sistema visual constituído por Fiaminghi ao longo da carreira, mas também de suas contribuições para a história da arte brasileira”.
Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Sesc São Paulo.
O livro também aborda como se deu o começo tardio do artista na pintura como atividade de tempo integral, passando pelo processo de pintor figurativo à abstração. Além disso, a publicação também evidencia o processo de ruptura do artista com a arte concreta e a consequente produção de Fiaminghi na maturidade. Obras como Long Play, Virtual VII, Corluz 8912 e muitas outras ganham destaque na publicação, sendo retratadas em página inteira, proporcionando ao leitor uma visão privilegiada dos detalhes das telas. O projeto gráfico do livro é de autoria de Rico Lins, membro da AGI – Alliance Graphique Internationale, entidade que reúne os principais designers gráficos mundiais.
“A técnica de pintura empregada, por si só, já representava a negação da ideologia da arte concreta por contestar a ideia de desenvolvimento tecnológico. Fiaminghi respondeu ao eucatex, à madeira industrial, à tinta esmalte industrial, símbolos da contemporaneidade capitalista, com a têmpera sobre tela, esticada artesanalmente, algo que aprendeu com Volpi, em 1958, em seu ateliê”.
M. A. Amaral Rezende, autor do livro.