Publicado originalmente em 1971, Design como arte, do italiano Bruno Munari (1907-1998), um dos designers mais inovadores e proeminentes do século XX, é um clássico que trata das possibilidades artísticas do design moderno, da relação entre arte e design, entre o belo e o funcional, entre artistas e sociedade, e por que tantos deles foram se tornando designers. O livro está sendo lançado pela primeira vez em português, pela editora Cobogó.
Munari acreditava que o design precisa ser belo, funcional e acessível, e escreve este livro com uma linguagem simples e bem-humorada para expor suas ideias. Para o autor, viveríamos em uma época em que não há mais distinção entre arte pura e arte aplicada. Nesse contexto, o designer restabelece, com seu método de trabalho e conhecimento técnico, o contato que havia sido perdido entre a arte e o público, e se dedica a pensar soluções para as necessidades da sociedade sem desprezar a estética ou a funcionalidade no processo de criação.
Para tanto, Munari mostra como cor, forma, material e outros elementos se relacionam com o significado e a funcionalidade de objetos ou peças de comunicação visual. O autor recorre a diversos exemplos, desde placas de trânsito e cartazes publicitários a carros e cadeiras, que convidam o leitor a exercitar um olhar criativo e atento para o cotidiano:o que uma colher pode nos dizer sobre sua função a partir de marcas e desgastes do tempo de uso? Quais histórias podem surgir a partir do formato e desenhos naturais de uma pedra?
Dividida em 5 partes — Designers e estilistas, Design visual, Design gráfico, Design industrial e Pesquisa de design —, a publicação conta ainda com um prefácio e uma apresentação, “As máquinas inúteis”, escritos pelo autor.
Destaques
“A inteligência lúdica, questionadora e socialmente consciente de Munari o caracteriza como o que hoje chamaríamos de ‘designer crítico’. O grande charme e a delicadeza de sua escrita tornam a humanidade e o bom senso de seus argumentos ainda mais irresistíveis.” – Icon
“Munari é novo Leonardo.” – Picasso
Trechos
“Quando damos um lugar de destaque na sala de estar a um antigo vaso etrusco que consideramos belo, com as proporções perfeitas, construído com precisão e economia, devemos lembrar que esse vaso já teve um uso bastante ordinário. Provavelmente era usado para guardar óleo de cozinha, foi feito por um designer da época, quando arte e design andavam lado a lado, e não se fazia essa distinção entre um objeto de arte para ser contemplado e um objeto qualquer, de uso diário.”
“Durante seu crescimento, as formas naturais são continuamente modificadas pelo entorno. Em teoria, todas as folhas de uma mesma árvore deveriam ser iguais, idênticas, mas isso só ocorreria se elas crescessem em um ambiente sem influências externas ou variações. Todas as laranjas deveriam ter uma forma arredondada idêntica; no entanto, umas crescem à sombra, outras ao sol, outras, entre dois galhos estreitos, e todas acabam ficando diferentes entre si. Essa diversidade é a marca da vida vivida. As estruturas internas se adaptam e dão vida a formas diferentes — todas da mesma família, mas diferentes.”
Ficha Técnica:
Título: Design como arte
Autor: Bruno Munari
Projeto gráfico: Mari Taboada
Capa: Rara Dias e Mari Taboada
Número de páginas: 272 pp
ISBN: 978-65-5691-140-3
Encadernação: Brochura
Formato: 14 x 21 cm
Preço: R$ 88,00
Editora: Cobogó