Para além do paisagismo que o consagrou, há um segmento ainda pouco conhecido da multifacetada atividade de Roberto Burle Marx, que é a profícua produção de tapeçarias. “Burle Marx Tapeceiro”, livro escrito pelo arquiteto e historiador de arquitetura e artes visuais Guilherme Mazza Dourado, explora esse perfil do consagrado artista e paisagista.
Fruto de uma extensa pesquisa do autor sobre as experiências de Burle Marx com a arte têxtil, a edição é o primeiro estudo dedicado unicamente às tapeçarias do artista, feitas principalmente em lã natural e teares manuais de alto liço (fio de metal com um elo, usado para tear) por ateliês nacionais e internacionais, reconhecendo Burle Marx como um pioneiro da tapeçaria moderna brasileira, sendo, inclusive, o primeiro brasileiro a fazer uma tapeçaria moderna em Aubusson, na França.
O livro nasce do desejo do autor de dar visibilidade ao domínio da arte e da técnica de Burle Marx que, até hoje, não recebeu a devida atenção. Em 2024, completam-se 30 anos da morte de Burle Marx e, em homenagem à história do paulistano pouco difundida, a publicação resgata a produção de tapeçarias materializadas pelo artista ao longo de quatro décadas, entre os anos 1950 e 1980, passando pelo início da trajetória têxtil de Burle Marx, na região de Aubusson, na França — polo de ateliês de tapeçarias que teve diversos artistas convidados a se expressar por meio da técnica tecelã, entre eles, Calder, Picasso e Burle Marx —, até os registros da maior parte de sua produção, que ocorreu em São José dos Campos.
O livro é dividido em três capítulos: “ingresso na arte têxtil”; “trabalhos em Brasília”; e “parcerias com Clemente Gomes”.
“Burle Marx Tapeceiro” apresenta um panorama dos painéis têxteis, cartões de produção, maquetes, estudos e obras de referência do artista, de modo a evidenciar o papel que Burle Marx teve também na tapeçaria moderna brasileira.
O livro está disponível para compra no site da Luste Editores.