O Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (Inrap) havia alertado sobre a avaliação do andamento das pesquisas realizadas após o incêndio que devastou a catedral de Notre-Dame em Paris, em 15 de abril de 2019, e que revelaria uma informação um tanto “pesada”. A promessa foi cumprida, a começar pela identidade revelada do ocupante de um dos dois caixões de chumbo encontrados em abril de 2022, sob o cruzamento do transepto. Seria o poeta Joachim Du Bellay, falecido por volta dos 35 anos, na noite de 1 a 2 de janeiro de 1560.
Eric Crubézy, doutor e professor de antropologia na Universidade Paul-Sabatier, de Toulouse, anunciou isto no final de uma apresentação, pois fez um balanço de nada menos que catorze escavações realizadas dentro e ao redor do edifício religioso.
Joachim Du Bellay, portanto. Eric Crubézy e sua equipe chegaram a esse nome após uma verdadeira investigação retrospectiva. No início de 2022, a travessia do transepto foi escavada antes da instalação do famoso andaime de 700 toneladas que permitiria a reconstrução do pináculo. Oito sepulturas foram descobertas lá. Não é à toa: milhares de pessoas, principalmente homens da Igreja, foram sepultadas entre os séculos 14 e 18 naquela que era então uma necrópole.