A mostra Racunhos – Arnaldo Antunes faz parte do projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, no Instituto de Arte Contemporânea, em São Paulo, e tem como proposta o encontro de processos artísticos que desafiam a percepção espaço-temporal. A curadoria do evento fica por conta de Daniel Rangel – que reúne cerca de 500 itens, entre as obras de Arnaldo Antunes e do acervo.
Os escritos originais de Antunes se tornam o ponto de partida para diálogos visuais, processuais, materiais e temáticos com o acervo documental do IAC. Um conjunto composto por cadernos, anotações, desenhos, colagens, esboços e maquetes de Antonio Dias, Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas, Luiz Sacilotto, Regina Silveira, Sérgio Camargo e Willys de Castro. A seleção cruzou nomes das artes visuais, da poesia e do design refletindo parte da riqueza do acervo do IAC e ainda a capilaridade da produção de Arnaldo.
“O Arnaldo é um exemplo claro de um grupo de artistas visuais e poetas (que envolvia também músicos e compositores), que produziu um conjunto de obras resultado do encontro de linguagens (poema, música, literatura, design) que ocorreram a partir da década de 1950”, afirma o curador Daniel Rangel, que já trabalhou com o músico em outras quatro ocasiões.
Os trabalhos inéditos são, na sua maioria, realizados em técnica pintura escrita, tendo como o suporte principal o papel, seja ele em sulfite, canson, sulfite off white e folha de moleskine, sendo que alguns tem no seu processo de finalização o computador. A seleção dos “rascunhos” do IAC foi pautada pela similaridade, seja visual, seja rítmica, seja pelo “modus operandi”, seja pela abordagem desses achados. Experimentos, acasos, junções, metodologias, projetos, excessos e vazios compartilhados.

Uma das obras em poema, intitulada ‘Longe”, será apresentada em LED na fachada do espaço. Foto: Julia Hallal.
A exposição é uma realização do Instituto de Arte Contemporânea. O educativo é apoiado pelo Instituto Galo da Manhã. As atividades do IAC são amparadas pela Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Governo Federal.
Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho, mais conhecido como Arnaldo Antunes, nasceu em 2 de setembro de 1960, em São Paulo. Filho de uma família numerosa, ele é o quarto de sete filhos. Desde cedo, demonstrou grande interesse pelas artes, especialmente pela música e poesia. Em 1978, ingressou na Universidade de São Paulo (USP) para estudar Linguística, mas acabou abandonando o curso devido ao sucesso crescente de sua banda, os Titãs, que fundou com amigos em 1982.
Nos Titãs, Arnaldo se destacou como letrista e vocalista, contribuindo significativamente para o repertório da banda, que se tornou um dos maiores ícones do rock brasileiro nas décadas de 1980 e 1990. Durante sua permanência no grupo, participou da criação de álbuns clássicos como Cabeça Dinossauro (1986) e Õ Blésq Blom (1989). Em 1992, ele deixou a banda para seguir carreira solo, mas continuou colaborando com seus excompanheiros em diversos projetos.
Além de sua carreira musical, Arnaldo é um renomado poeta e artista visual, com forte influência da poesia concreta e da vanguarda artística brasileira. Suas obras poéticas e literárias, como Tudos (1991) e Agora Aqui Ninguém Precisa de Si (2015), o consagraram como um dos poetas mais relevantes do século XXI, ao lado de nomes como Adélia Prado.
Arnaldo também se aventurou nas artes plásticas, expondo seus trabalhos em diversas galerias e consolidando sua versatilidade artística. Seu impacto na cultura brasileira é vasto, abrangendo música, literatura e artes visuais, e sua obra continua a influenciar novas gerações de artistas e escritores.
Na música, lançou uma série de álbuns solo, como Nome (1993), O Silêncio (1996), Saiba (2004), e O Real Resiste (2020). Também participou de projetos de grande sucesso, como o grupo Tribalistas, ao lado de Marisa Monte e Carlinhos Brown. Na literatura, além de Tudos e Agora Aqui Ninguém Precisa de Si, publicou outras obras importantes como Palavra Desordem (2002) e Melhores Poemas (2010).
Em 2018, sua vida e obra foram retratadas no documentário Com a palavra, Arnaldo Antunes, dirigido por Marcelo Machado. Ele também atuou em filmes como Areias Escaldantes (1985) e Eu e Meu Guarda-Chuva (2010), mostrando mais uma faceta de sua criatividade artística.
Atualizações 25/11/2024
O Instituto de Arte Contemporânea-IAC realizará o lançamento do catálogo da exposição “RASCUNHOS – Arnaldo Antunes” e seminário no dia 29 de novembro de 2024 (sexta-feira), das 17h às 20h, com a participação do multiartista Arnaldo Antunes e o curador Daniel Rangel.
No dia seguinte, 30 de novembro de 2024 (sábado), 11h às 13h, haverá visitas guiadas e conversas voltadas ao público em geral e estudantes com o curador Daniel Rangel.
Na ocasião, também será lançada a echarpe LONGE, com arte inspirada na obra apresentada em LED na fachada do espaço, originada de um poema. Tem tiragem limitada de 100 unidades e toda a renda é destinada para a manutenção das atividades do Instituto. Valor de R$ 700,00 (pré-venda exclusiva para os Amigos do IAC até 29/11 pelo apoie@iacbrasil.org.br).
AGENDA
Lançamento de catálogo e seminário
Participantes: Daniel Rangel + Arnaldo Antunes Data: 29/11 (sexta-feira), 17h às 20h
Conversa com Curador e Visitas guiadas
Participante: Daniel Rangel Data: 30/11 (sábado), 11h às 13h
Lançamento da echarpe LONGE
Renda destinada para a manutenção das atividades do IAC Tiragem: 100 unidadesData: 29/11 (sexta-feira), 17h às 20hValor: R$ 700,00 (pré-venda exclusiva Amigos IAC até 29/11 pelo e-mail apoie@iacbrasil.org.br)
A mostra Rascunhos – Arnaldo Antunes faz parte do Projeto Diálogos Contemporâneos – Acervo IAC, tem curadoria Daniel Rangel, ficará aberta até 07/12/2024, de terça a sexta-feira, 11h às 17h, e sábados e feriados, 11h às 16h. Com entrada gratuita no Instituto de Arte Contemporânea-IAC, na Avenida Dr. Arnaldo, 120/126, São Paulo-SP.
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