A retrospectiva David Hockney 25, em cartaz na Fondation Louis Vuitton, mal estreou e já se viu envolta em polêmica. O metrô de Paris proibiu o uso de uma imagem do artista segurando um cigarro em material de divulgação da mostra, alegando que a legislação francesa veda a exibição de produtos de tabaco em campanhas publicitárias. A decisão irritou Hockney, que classificou a medida como “completa loucura” e um exemplo de “autoritarismo mesquinho”.
Na foto vetada, o artista aparece sentado com um giz de cera em uma mão e um cigarro na outra, diante de um autorretrato — imagem que sintetiza o espírito livre de Hockney, aos 87 anos, ainda avesso a imposições. Desde os anos 1960, o cigarro é quase um elemento de assinatura em sua figura pública, o que torna o veto não apenas uma questão legal, mas simbólica. Para Norman Rosenthal, cocurador da mostra, “fumar, para ele, é um gesto de liberdade”.
O episódio levanta uma questão delicada sobre os limites entre liberdade artística, saúde pública e censura estética. Estaria a imagem de um cigarro, em um contexto artístico, sujeita às mesmas regras de consumo? Hockney parece não ter dúvidas. E você, o que pensa: a arte deve ceder às normas ou desafiar os interditos do seu tempo?