Polêmica Warhol X Prince ganha novo capítulo

A fotógrafa Lynn Goldsmith obteve recentemente uma grande vitória na Suprema Corte, que determinou que a Warhol Foundation violou seus direitos autorais ao licenciar para uma revista uma serigrafia de Andy Warhol baseada em seu retrato do falecido músico Prince. Mas enquanto Goldsmith travava essa batalha legal, ela também procurava outros trabalhos derivados e recentemente exigiu que um artista do Texas excluísse uma postagem no Instagram de uma pintura que ele fez inspirada no caso.

O artista, Ryan Sandison Montgomery , fez duas pinturas de mídia mista com base na fotografia de Goldsmith. Em março de 2022, ele postou um deles no Instagram sob o título The Supreme Court as Andy Warhol as Lynn Goldsmith as Prince Not Laughing , de acordo com o canal texano Glasstire. A mão do artista pinta imagens que ele encontra online como uma forma de neutralizar a mídia de massa digital.

Quando Montgomery fez suas pinturas, ele “teve um mau pressentimento sobre o resultado potencial” do caso de Goldsmith. “Eu acreditava que as potenciais novas restrições à expressão artística eram uma coisa ruim.”

O que ele não esperava era ouvir a própria Goldsmith.

“Você não pediu minha permissão para copiar minha foto e eu ‘não estou rindo’. Por favor, não me obrigue a pedir para o Instagram deletar”, disse Goldsmith em mensagem direta no Instagram, pedindo para que ele removesse a postagem.

Quando Montgomery não respondeu, ela comentou a postagem, repetindo sua exigência.

“Respeitosamente, esta é a minha pintura”, respondeu Montgomery.

O fotógrafo escreveu de volta, insistindo que precisava da permissão dela para fazer um trabalho derivado de sua obra.

Montgomery perguntou a Goldsmith se ela apoiava a censura artística e a maioria conservadora da Suprema Corte garantida por Donald Trump. Esse foi o fim da troca, mas a interação o irritou.

“Fiquei surpreso que Goldsmith teve qualquer resposta”, disse ele. “Que a reação dela foi afirmar que algo que fiz em meu estúdio caseiro pertencia a ela foi uma surpresa completa.”

“Se ela estava em uma batalha de Davi e Golias com a fundação, por que exigir de um artista ainda menos conhecido que postasse uma imagem semelhante online?” perguntou Montgomery. “Pelo que sei, nunca pretendi vender estas peças e o nome dela foi sempre referenciado nos títulos das obras.”

Não está claro se Goldsmith acredita que a arte de Mongomery violou seus direitos autorais.

 

“Comentei frustrada porque o processo que a Andy Warhol Foundation moveu contra mim foi uma experiência difícil de viver”, disse ela. “No momento, eu estava reagindo a uma postagem na mídia social que pensei que estava minimizando essa experiência. Eu desabafei com o Sr. Montgomery em uma ocasião há mais de um ano; Eu não o alvejei.”

A fotógrafa ganhou seu caso na Suprema Corte em grande parte devido a uma questão de licenciamento . O tribunal não abordou se o Orange Prince  de Warhol foi ou não um uso transformador da fotografia original em preto e branco de Goldsmith. Em vez disso, os juízes se concentraram em uma questão mais específica.

Quando a Condé Nast encomendou a ilustração original de Warhol de Prince em 1984, foi com uma licença de referência artística de uso único da Goldsmith. Quando a empresa voltou à fundação para licenciar um trabalho diferente da série Prince de Warhol em 2016, não deu crédito a Goldsmith nem a pagou.

O tribunal concluiu que Orange Prince violou os direitos autorais de Goldsmith ao se tornar um substituto de mercado para seu trabalho anterior, no qual foi baseado.

A arte de Montgomery, por outro lado, nunca correu o risco de impactar o mercado de Goldsmith.