Um forte terremoto de magnitude 7,7, seguido por um tremor secundário de 6,7, atingiu Mianmar e Tailândia na última sexta-feira, deixando um rastro de destruição em patrimônios históricos e culturais. A tragédia se agrava em Mianmar, que já enfrenta uma guerra civil desde o golpe militar de 2021 e possui uma infraestrutura precária, dificultando o acesso à ajuda humanitária e informações precisas. O líder da junta militar, Min Aung Hlaing, fez um apelo internacional por assistência diante da catástrofe.
De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o terremoto pode ter causado até 10.000 mortes, levando o órgão a emitir um alerta vermelho devido à extensão dos danos. O governo birmanês confirmou cerca de 400 mortes e a destruição de 3.000 edifícios, incluindo 150 mesquitas e pagodes. Entre os patrimônios afetados, um dos mais atingidos foi Mandalay, segunda maior cidade do país, onde o histórico Palácio Real do século 19 sofreu danos estruturais, e uma grande pagoda erguida ao longo de seus muros foi inclinada a um ângulo perigoso. O Mosteiro de Tijolos Me Nu, com 200 anos de história, foi quase totalmente destruído, enquanto a torre da Pagoda Shwe Sar Yan, um dos templos budistas mais importantes da região, desabou. Em Pindaya, 70 quilômetros do epicentro, estelas budistas e estupas douradas foram reduzidas a escombros.
Na Tailândia, a destruição também afetou patrimônios culturais. Em Bangkok, o desabamento de edifícios resultou na morte de dez pessoas, enquanto o Fundo Mundial de Monumentos (WMF) confirmou que o icônico Buda Reclinado do templo Wat Pho, uma das atrações mais visitadas da capital, sofreu danos que ainda precisam ser avaliados. Próximo ao epicentro do terremoto, Sagaing, a apenas 10 milhas de Bagan, cidade reconhecida como Patrimônio Mundial da UNESCO, segue sob análise para verificar possíveis impactos nos templos milenares do século 11. Equipes de resgate da China, Rússia e Nações Unidas foram enviadas à região para avaliar os estragos e prestar assistência às vítimas.