Novas pesquisas conduzidas por um cientista da Universidade de Basileia, na Suíça, concentram-se em como a acuidade visual superior de Leonardo da Vinci pode ter permitido ao mestre italiano retratar momentos liminares, incluindo o sorriso misterioso da Mona Lisa, em suas obras.
David Thaler, que publicou dois trabalhos sobre a visão e as obras de arte de Leonardo, explora as maneiras pelas quais o artista captura “imagens que ‘na vida real’ ocorrem apenas por um momento”. Thaler favorece um exame fisiológico do “olho rápido” de Leonardo, em vez de analisar se suas habilidades eram o resultado da natureza ou da nutrição, que os biógrafos do artista adotaram anteriormente.
Seu primeiro artigo analisa as “copiosas anotações de Leonardo sobre o voo dos pássaros”, que podem servir como evidência da notável percepção visual do artista. Thaler também sugere que o artista Katsushika Hokusai, que criou pinturas e gravuras detalhadas de fenômenos naturais, pode ter uma visão igualmente elevada.
Em seu segundo estudo, Thaler analisa os “mecanismos físicos e psicofísicos” que “sustentam o uso [de Leonardo] de sfumato em retratos”. Ele escreve: “O ‘olhar rápido’ de Leonardo pode ter permitido que ele reconhecesse imagens instantâneas e seu foco parcial. Como alternativa, ele pode ter mantido um olhar firme o tempo suficiente para reconhecer a acuidade diferencial dentro de um campo visual mantido sobrenaturalmente imóvel pela concentração, admiração, medo ou afeição.”
Por Claire Selvin (Art News)