Um raro retrato de Gustav Klimt, que se acreditava perdido desde a Segunda Guerra Mundial, foi redescoberto e está em exibição na feira de arte TEFAF Maastricht. A obra, intitulada Prince William Nii Nortey Dowuona (1897), retrata um príncipe Osu, originário da atual Gana, e está sendo oferecida pela galeria W&K – Wienerroither & Kohlbacher por 15 milhões de euros (aproximadamente 92 milhões de reais). Descoberta em 2021 por um colecionador, a pintura passou por um processo de limpeza e foi identificada pelo historiador Alfred Weidinger, especialista na obra de Klimt.
A origem do retrato remonta a uma exposição etnográfica realizada em Viena em 1897, onde membros do povo Osu foram apresentados ao público. Tanto Klimt quanto seu colega Franz Matsch retrataram o príncipe, mas acredita-se que a versão de Klimt tenha permanecido com o artista até ser leiloada em 1923. Anos depois, a obra foi adquirida por Ernestine Klein, que fugiu da Áustria durante a ocupação nazista, momento em que a pintura desapareceu. Após décadas sem paradeiro conhecido, a peça foi restituída aos herdeiros de Klein antes de chegar ao mercado.
A redescoberta do retrato reforça a valorização da obra de Klimt, cujo recorde de vendas foi estabelecido em 2023, quando Dame mit Fächer foi arrematada por 108,8 milhões de dólares na Sotheby’s de Londres. A história da pintura também será tema de um documentário televisivo, previsto para 2025. Esta é a segunda obra perdida do artista a reaparecer em menos de um ano, ampliando o interesse global por sua produção e as complexas trajetórias das obras saqueadas durante o século XX.