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Museu Subaquático de Bonito: Nascente Azul valoriza artistas sul-mato-grossenses

Dois artistas naturais de Corumbá (MS) assinam as obras que compõem o cenário do Museu Subaquático de Bonito, inaugurado no último dia 09, dentro do parque de natureza da Nascente Azul. Na primeira exposição, chamada CICLOS, um circuito de estátuas submersas explora de forma crítica a relação entre a humanidade e a natureza.

Denilson Oliveira, 47, é artista plástico de vocação desde os 12 anos de idade, quando iniciou sua trajetória profissional produzindo peças de cerâmica. Anos depois, foi convidado por escolas de samba para produzir cenografias do Carnaval de Corumbá e também pelo artista e carnavalesco Joãosinho Trinta para estagiar no Carnaval do Rio de Janeiro.

Aos 43 anos, Denilson resolveu rumar para Bonito, onde trabalhou em pequenas obras para turistas e também para alguns empreendimentos da cidade, até que surgiu a oportunidade de construir as primeiras obras de arte para o Museu Subaquático de Bonito. As estátuas são frutos de uma boa parceria: enquanto Denilson esculpe as peças, a estrutura de arame inoxidável, que forma o esqueleto da obra, é trabalhada por Flavio Bertini.

Flavio é formado em cenografia e especializado em arte circense. Apaixonado por teatro, dança e circo, se mudou para Bonito há três anos, em busca de obras maiores. Ele afirma que realizar as armações das obras do Museu Subaquático da Nascente Azul foi sua maior realização profissional, pelo reconhecimento de seu talento.

Durante a concepção do Museu Subaquático de Bonito, a ideia foi valorizar o trabalho de artistas locais, dando a eles mais visibilidade e um espaço em que pudessem se expressar livremente sobre temas como a sustentabilidade e a preservação da natureza. Durante o mergulho, entre uma rica diversidade de peixes, o visitante poderá admirar as estátuas submersas em cada detalhe e será convidado a refletir sobre importantes questões ambientais.

A exposição CICLOS expõe o egoísmo do homem em contraste com a benevolência da natureza, através do surrealismo e da utilização de símbolos visuais. A obra Manifesto, por exemplo, é inspirada em “O Grito”, de Edvard Munch, mas aparece aqui como um tronco de árvore, mostrando assim o desespero da natureza que clama por socorro frente à destruição causada pela humanidade. Já a estátua Gaia representa a Mãe Natureza, que gera e nutre a vida do planeta, na forma de um bebê que se desenvolve dentro de uma árvore.

Em uma demonstração perfeita da integração entre arte e natureza, as estátuas devem passar por um constante processo de petrificação, graças à ação do calcário e do magnésio encontrados em abundância nas águas de Bonito.

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Redação

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