O Museu Oscar Niemeyer (MON) inaugura mais uma nova exposição: “A Violência sob a Delicadeza”, da artista visual Vera Martins. A mostra conta com 46 obras, entre telas e instalações, e estará em cartaz a partir do dia 31 de outubro, na Sala 2. A exposição tem o apoio da Fundação Pollock-Krasner.
Após sete meses de fechamento involuntário, o MON reabriu ao público no dia 16 de outubro, com a inauguração da exposição inédita do artista britânico Tony Cragg, que está no espaço do Olho.
Além destas duas novas mostras, estão em cartaz no MON: “Ásia: a Terra, os Homens, os Deuses – Segunda Edição”; “O Mundo Mágico dos Ningyos”; “Luz ≅ Matéria”; “África, Mãe de Todos Nós”; “Museu em Construção”; “Espaço Niemeyer”; “Cones” e obras do Pátio das Esculturas.
“Várias outras exposições serão inauguradas ao longo das próximas semanas”, explica a diretora-presidente do Museu, Juliana Vosnika. São mostras que estavam programadas para o primeiro semestre deste ano, quando o MON precisou fechar temporariamente as suas portas devido à pandemia.
Violência e delicadeza
Juliana explica que nada no extenso e intenso trabalho da artista visual Vera Martins é óbvio. Isso inclui desde os materiais que utiliza até os processos de execução. Sua inspiração é resultante de um perspicaz olhar sobre a natureza humana, sentimentos e sensações.
“Há sempre uma mensagem forte e um sentir profundamente feminino que transforma angústias, percepções e reflexões em arte. A violência sob a delicadeza da artista é poesia pura, traduzida aqui em instalações, objetos e pinturas que o MON traz ao seu público nesta exposição”, diz Juliana.
Para a superintendente de Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira, “o trabalho muito pessoal mas, também, universal de Vera Martins abrilhanta ainda mais a reabertura do MON”.
Os curadores Agnaldo Farias e Jhon Voese explicam que, embora as obras sejam anteriores à pandemia, o processo da mostra aconteceu durante a quarentena. “Nesse período, tivemos que lidar com outros temas correlatos, como: a iminência da morte, a clausura, o medo da solidão, o valor da vida e a própria relação do ser humano com o tempo. Tudo isso está presente nas obras selecionadas”, afirmam.
O MON reabriu ao público seguindo orientações de segurança determinadas pela Secretaria de Estado da Saúde. Entre as várias medidas adotadas está o limite de pessoas para visitação nas salas expositivas e em todo o Museu, para garantir o distanciamento seguro. O material impresso, como guias e folders, foi substituído por versões digitais, disponíveis por QR codes. Mais informações sobre os novos protocolos de segurança da instituição podem ser acessados no site e nas redes sociais do Museu.
Para a exposição “Gente no MON”, do fotógrafo Dico Kremer, abertura tambem neste sábado, 31 de outubro. Realização do próprio Museu, a mostra poderá ser vista na Sala 7.
Com curadoria do professor Fernando Bini, 84 fotos foram selecionadas entre mais de 5 mil imagens de visitantes anônimos do MON entre março de 2016 e novembro de 2019.
“Apresentar esta exposição no momento de reabertura do Museu nos faz hoje refletir ainda mais – e de uma forma diferente – sobre o valor das cenas registradas por Dico”, comenta a diretora-presidente da instituição, Juliana Vosnika.
“Imagens que traduzem sentimentos, momentos singulares e valiosos para tantas pessoas nos trazem a certeza, mais do que nunca, de que nada substitui a visita presencial ao Museu”, diz.
Com mais de 50 anos de fotografia, Dico Kremer pode ser considerado um observador nato de pessoas. Sempre atento às artes, ele conta que, nos muitos anos em que viveu na Europa, foi frequentador assíduo dos principais museus de vários países e sentiu despertar o interesse pela reação dos visitantes às obras. “Teve início aí a concepção da mostra que foi concretizada pelo MON”, afirma o fotógrafo.
“Dico é um patrimônio de fotografia do Paraná. Seu olhar, sempre sensível e atento, revela muito sobre o museu e seus visitantes, mostrando o espaço como um organismo vivo”, diz a superintendente de Cultura do Paraná, Luciana Casagrande Pereira.
A exposição revela flagrantes de momentos especiais e únicos, como a impressão de alguém ao apreciar determinada obra de arte, que foram eternizados por sua câmera.