Lotando diariamente a Royal Academy, em Londres, desde o último dia 23, com exposição retrospectiva aos seus 50 anos de carreira – aliás, a primeira mulher em 255 anos a ocupar todas as salas daquele museu com uma individual -, a artista Marina Abramović retorna o seu olhar para o Nordeste brasileiro como ambiente fértil para o seu trabalho. Dessa vez, para a Usina de Arte, em Água Preta, na Mata Sul de Pernambuco, que receberá a primeira obra da sérvia em espaço aberto ao público no Brasil.
A pioneira na performance artística teve uma reunião de trabalho com os fundadores do equipamento pernambucano, o casal Ricardo e Bruna Pessoa de Queiroz, e o curador do espaço, Marc Pottier, para afinarem o projeto previsto para o primeiro trimestre de 2024. Ainda em março deste ano, o diretor artístico de Abramović, Hugo Huertas, passou uma temporada na Usina para processos de pesquisa e residência. Atualmente, são mais de 40 obras e instalações que compõem o acervo do equipamento assinadas por nomes como Alfredo Jaar, Regina Silveira, Matheus Rocha Pitta, Juliana Notari, Marcio Almeida, José Spaniol e grande elenco.
“Além do privilégio que é contar com o talento de Marina Abramović para os novos passos da Usina de Arte, esse projeto também endossa o nosso movimento de internacionalização, sempre com trabalhos que dialoguem com o contexto de onde estamos inseridos. É exemplo a nossa última inauguração, a obra “Claro-Escuro”, do chileno Alfredo Jaar, que assume novos contextos neste lugar”, registra Bruna Pessoa de Queiroz, presidente da Usina de Arte.