Lourdes Grobet, a artista mexicana cujas fotografias celebravam o mundo da lucha libre com dignidade e franqueza, morreu em 15 de julho em sua casa na Cidade do México. Ela tinha 81 anos. Embora seja mais conhecida por seus retratos de lendários luchadores, como El Santo e Blue Demon, que ela documentou dentro e fora do ringue, Grobet teve uma ampla carreira que abrangeu pintura, vídeo, instalação, e desempenho.
Na década de 1980, Grobet começou a fotografar o mundo colorido da lucha libre, documentando o que ela descreveu como “cultura mexicana real”. Ela focou sua lente em todas as facetas do fenômeno, tanto o espetáculo dentro do ringue quanto as representações íntimas da vida familiar, apresentando lutadores masculinos e femininos com a guarda baixa, mas nunca sem suas máscaras, dando a essas cenas domésticas uma qualidade surreal. Para Grobet, os luchadores mascarados não eram apenas artistas contemporâneos, mas tinham profundas ressonâncias na cultura mexicana, das tradições indígenas de fabricação de máscaras aos zapatistas mascarados de Chiapas. “Ao contrário do retrato folclórico da moda, ela tirou imagens de índios urbanos com suas novas máscaras, realizando rituais modernos”, escreveu Gabriel Rodríguez Álvarez no livro de 2005 Lucha Libre: Masked Superstars of Mexican Wrestling, uma coleção de suas fotografias de luchador. A devoção de décadas de Grobet ao mundo da lucha libre é ainda mais notável considerando que seu pai a proibiu de assistir a lutas de luta livre quando criança, considerando-as um passatempo inadequado para as mulheres.
Grobet foi incluída na exposição de 2017 do Hammer Museum, Radical Women: Latin American Art, 1960-1985, que viajou para o Brooklyn Museum no ano seguinte. Seu trabalho está na coleção do Museu de Arte Moderna de São Francisco, Museé Quai-Branly em Paris, e da Fundación Cultural Televisa e Centro de la Imagen na Cidade do México, entre outras instituições.