Instalação monumental e ambiciosa com referência ao antigo Egito surge em teto de museu

Uma olhada na monumental instalação de Lauren Halsey no telhado do Metropolitan Museum of Art de Nova York faz entender por que a exposição foi adiada em um ano devido à logística.

Usando 750 ladrilhos de concreto reforçado com fibra de vidro, a artista de 35 anos conseguiu construir uma estrutura que se assemelha a um templo de estilo egípcio. Quatro estátuas de esfinge em grande escala servem como guardiões, vigiando do lado de fora do espaço aberto, pelo qual os visitantes podem passar.

A peça será transportada por todo o país após a mostra, para um espaço em Los Angeles, onde Halsey mora e trabalha. A artista espera que a instalação seja permanente e se torne um monumento cívico no centro comunitário Summaeverythang , bem como um registro do lugar diante das forças cada vez mais invasivas da gentrificação.

Atrasar a mostra, anunciada pela primeira vez para março passado, significava que ela tinha se tornado “mais ambiciosa, mais significativa, mais importante”, falou o diretor do Met, Max Hollein, em visita para a imprensa. O cubo esbranquiçado e suas colunas independentes pairam sobre o Central Park em uma névoa atmosférica.

As paredes do cubo são decoradas com referências à comunidade negra, placas de protesto, anúncios de penteados para cabelos black, bem como imagens retiradas de objetos da coleção do Met que misturam o antigo com o presente.

“É uma densa colagem de frases e imagens, todas extraídas de um vernáculo local”, disse Abraham Thomas, curador de arquitetura moderna, design e artes decorativas. Ele descreveu a peça como “uma nave espacial afrofuturista, antiga e funkificada que acabou de pousar aqui no Met”.

Os ladrilhos desta embarcação sobrenatural lembram os grafites rabiscados no Templo de Dendur do Met, mas também servem como um arquivo atual de seu próprio tempo e lugar, elevando a história da comunidade negra local e celebrando a vitalidade do bairro.

“Minha instalação para o Met’s Roof Garden reflete meu interesse em combinar narrativas do centro-sul contemporâneo de Los Angeles com aquelas evocadas na arquitetura faraônica antiga”, disse Halsey em um comunicado. “Minha esperança é que os espectadores em Nova York sintam as conexões intuitivamente.”