IA reconheceu duas obras de Rafael mas com resultados diferentes. Entenda o caso

No início deste ano, a pintura conhecida como Madonna de Brecy Tondo foi autenticada como uma obra-prima de Rafael por um sistema de IA. O anúncio foi feito por um grupo de pesquisadores da Universidade de Bradford, no Reino Unido, que relatou uma semelhança de 95% entre a Madona Tondo e a Madona Sistina de Rafael, que está exposta na Gemäldegalerie Alte Meister, em Dresden.

No entanto, esse júbilo durou pouco, pois a Art Recognition, um serviço de autenticação de IA, tornou pública sua própria análise de IA, que contradisse os resultados de Bradford. Segundo a empresa, a pintura não era de Rafael com 85% de probabilidade.

Essa intrigante reviravolta dos acontecimentos provocou um debate fervoroso no mundo da arte, ressaltando a crescente influência da IA no campo e colocando questões fundamentais sobre seu papel e confiabilidade na determinação da autenticidade da arte.

Como a crescente influência da IA no mundo da arte é inegável e irreversível, a transparência e a responsabilidade tornam-se primordiais. Dada a complexidade dos modelos de IA, que pode ser um desafio para o público em geral compreender plenamente, a pesquisa científica subjacente à autenticação de arte em IA deve passar por um rigoroso escrutínio por pares e ser submetida à validação pela comunidade científica antes de se tornar uma ferramenta de mercado. As empresas de IA devem fazer um esforço comum para garantir a credibilidade de seus produtos, reconhecendo que esse esforço beneficia todas as partes interessadas envolvidas.

O debate está longe de terminar, lançando luz sobre os intrincados fatores que impactam o processo de determinação da autenticidade da arte usando IA. À medida que a tecnologia evolui, o mesmo acontecerá com o discurso e as maneiras pelas quais colecionadores de arte e partes interessadas podem efetivamente empregar essa poderosa ferramenta.