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Exposição com artistas negros bate recorde de público em Petrópolis

Em apenas um mês de exibição, a mostra “Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro”, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros, recebeu 92 mil visitantes no Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ), em Petrópolis – um recorde entre as exposições apresentadas no espaço. Inaugurada no último dia 3 de maio, a mostra reúne 384 obras de 241 artistas do país e receberá visitantes até 27 de outubro. A entrada é gratuita.

Sob curadoria de Igor Simões, Lorraine Mendes e Marcelo Campos, a mostra, cujo título foi inspirado em verso do samba “História para ninar gente grande”, que deu o 20º título à Mangueira, em 2019, é resultado de um trabalho desenvolvido pelo Sesc em todo o país. A exposição conta com sete núcleos temáticos – que têm como referência pensamentos de importantes intelectuais negros da história do Brasil como Beatriz Nascimento, Emanoel Araújo, Guerreiro Ramos, Lélia Gonzales e Luiz Gama. A exposição apresenta obras em diversas linguagens artísticas, como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidas desde o fim do século XVIII até o século XXI.

Elogiada pela crítica e sucesso de público, a mostra esteve em exibição no Sesc Belenzinho, em São Paulo, onde recebeu 130 mil visitantes de agosto de 2023 a fevereiro de 2024. Desde maio, as obras ocupam os salões da área monumental do Quitandinha. Parte dos trabalhos, alguns inéditos, também são exibidos pela primeira vez na área externa do prédio histórico, que em 2024 completou 80 anos.

Desde que foi reinaugurado pelo Sesc RJ como um Centro Cultural, em abril do ano passado, o Quitandinha vem sendo ocupado por exposições que resgatam a forte identidade afro-brasileira em Petrópolis. A primeira, intitulada “Um oceano para lavar as mãos”, com curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, apresentou uma revisão da história do Brasil a partir de narrativas não eurocentradas, pensada por curadores e artistas negros, levando o espectador à reflexão sobre a forte memória e produção artística negra na contemporaneidade, no Brasil e no município, e sua relação com o passado imperial. Depois, dos mesmos curadores, recebeu a coletiva “Da Kutanda ao Quitandinha”, em que o ponto de partida foi o território onde o edifício está inserido – uma região marcada por quilombos formadores da cidade.

“Essa recepção do público à ‘Dos Brasis’, que apresenta um recorte extraordinário da arte negra nacional no CCSQ, é motivo de grande celebração, sobretudo por se tratar de uma exposição em exibição no interior do estado”, disse o presidente do Sistema Fecomércio RJ, Antonio Florencio de Queiroz Junior. “O Sesc RJ tem um compromisso inegociável com a democratização da cultura e do acesso à informação, sobretudo frente a um histórico de narrativas invisibilizadas ao longo da formação do nosso país”, acrescentou.

Com obras de diferentes temporalidades, linguagens e estilos que dialogam com questões como tecnologias ancestrais e afrofuturismo, a exposição poderá ser vista até 27 de outubro. O público poderá ainda participar atividades educativas, que incluem mediação cultural, debates e palestras com convidados. Depois do Quitandinha, a mostra circulará em espaços do Sesc por todo o Brasil pelos próximos 10 anos.

Redação

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