As autoridades do Vaticano prenderam um ex-funcionário por tentar vender um manuscrito do século XVII de Gian Lorenzo Bernini, que supostamente roubou de um arquivo oficial da Santa Sé. A notícia foi divulgada pela primeira vez pelo diário italiano Domani.
Bernini é conhecido como um mestre da arquitetura barroca, e o desaparecimento do manuscrito de 18 páginas estimulou uma elaborada operação policial. O suspeito supostamente se encontrou com Mauro Gambetti, chefe da administração da Basílica de São Pedro, em 27 de maio, sob a crença de que Gambetti estava interessado em comprar o documento dourado, que contém os detalhes ornamentados que Bernini criou para decorar o famoso dossel que se eleva acima da basílica.
Gambetti, no entanto, fez parceria secreta com investigadores do Vaticano para capturar o suspeito, que estaria acompanhado por um cúmplice não identificado. Depois de entregar ao vendedor um cheque de 120 mil euros (129 mil dólares) em troca do manuscrito, os gendarmes do Vaticano chegaram e prenderam-no.
O vendedor foi identificado em reportagens da mídia italiana como o historiador de arte Alfio Maria Daniele Pergolizzi, que se acredita ter roubado o manuscrito dos arquivos da Fábrica de São Pedro, uma instituição criada no século XVI para administrar a construção da basílica e que agora supervisiona a restauração da estrutura. Pergolizzi atuou como chefe do departamento de comunicações entre 1995 e 2011. Segundo a Reuters, ele está detido em uma prisão do Vaticano sob a acusação de tentativa de extorsão.
O Vatican News, o canal de mídia oficial do estado, informou que Alessandro Diddi, promotor de justiça para a Igreja, decidirá esta semana se irá indiciar Pergolizzi.