Escala de cinza, obra de João Loureiro feita de sorvete, viaja à Holanda

Um carrinho de sorvete que oferece seis sabores diferentes em seis tons de cinza, que vão do cinza claro ao quase preto, sem rótulo de sabors e servido em uma casquinha de sorvete cinza-carvão. Um sorvete incolor ainda lhe dá aquela sensação familiar de verão? E sem a cor reconhecível, como e o que você realmente prova? Este verão, o artista brasileiro João Loureiro e o museu LAM vão presentear os visitantes com uma estranha sensação gustativa: o gelado cinzento. O museu LAM, localizado no Keukenhof Estate em Lisse, recebe Escala de Cinzas (Grayscale), emprestada pela Pinacoteca de São Paulo.

Sietske van Zanten, diretor do LAM, diz: “Admiro esta obra de arte há muitos anos e sempre esperei exibi-la aqui um dia. Esta peça de João Loureiro enquadra-se perfeitamente na nossa coleção. Ele oferece uma nova perspectiva sobre um item alimentar diário. Ao remover algo tão simples como a cor, os nossos sentidos são apanhados completamente desprevenidos – esse é o poder da arte. Faz você questionar o que vê e, neste caso, o que saboreia.”

O púbico poderá experimentar os sorvetes de quarta-feira a domingo, entre as 11h00 e as 16h30, durante julho e agosto. Em Setembro, a obra estará disponível aos fins-de-semana.

Seguindo a receita do artista brasileiro, o sorveteiro italiano Pino Dal Zotto, da sorveteria Florencia, em Haia, é o encarregado de fazer os seis sabores de sorvete em seis diferentes tons de cinza.

A obra comestível de João Loureiro está disponível exclusivamente para os visitantes do museu. Mas quem quiser dar uma lambida na obra precisa estar preparado. Sietske van Zanten explica: “Para apreciar esta obra de arte, é necessário um pouco de esforço antes de provar o sorvete. Os visitantes primeiro precisam concluir uma tarefa visual no museu. Porque quando você escolhe algo conscientemente e coloca algum trabalho nisso, você obtém uma experiência muito mais intensa”.