No contexto das celebrações dos 550 anos de nascimento de Michelangelo, diversas exposições e eventos estão sendo organizados ao redor do mundo para homenagear o legado do artista renascentista. Entre elas, a mostra Michelangelo: The Genesis of the Sistine, que ocorre até 28 de maio no Museu de Arte Muscarelle, no College of William and Mary, em Williamsburg, Virgínia. Pela primeira vez nos Estados Unidos, a exposição apresenta sete esboços raros do artista, junto com um conjunto de 38 obras que incluem estudos, gravuras, litografias e objetos relacionados às pinturas da Capela Sistina. A curadoria é de Adriano Marinazzo, especialista na obra de Michelangelo.
A exposição está distribuída em cinco galerias, três delas pintadas em um tom suave de azul para recriar a atmosfera da Capela Sistina e oferecer ao visitante uma imersão no processo criativo do artista. Marinazzo também apresenta uma projeção digital que percorre a arquitetura do teto da capela, permitindo a observação de detalhes pouco conhecidos. Segundo o curador, a exposição não se limita à exibição das obras, mas também é resultado de anos de pesquisa, sendo um projeto “horiginal e profundamente pessoal”.
Entre os destaques da mostra estão os sete esboços de um plano inicial, depois abandonado, para o teto da Capela Sistina. Originalmente desenhados em uma única folha, os fragmentos foram reunidos em um mesmo quadro pela primeira vez desde sua criação. A exposição também apresenta uma carta inédita de Francesco Granacci, amigo e assistente de Michelangelo, na qual ele relata as dificuldades para recrutar ajudantes para a conclusão dos afrescos. Além disso, a mostra inclui estudos anatômicos e composicionais do artista, dois autorretratos rápidos que o mostram pintando em ângulos desconfortáveis e um retrato de Michelangelo feito por seu contemporâneo Giuliano Bugiardini.
Em depoimento ao site Hyperallergic, Marinazzo explicou que a proposta é apresentar os esboços – a etapa inicial do processo criativo de Michelangelo – ao lado de reproduções em grande escala das pinturas finalizadas, permitindo ao público compreender como pequenos desenhos se transformaram em uma obra monumental. O curador destaca ainda o desafio de completar o teto da capela, descrevendo Michelangelo como um artista que trabalhou por anos em andaimes, a poucos centímetros da superfície da obra. A exposição conta com empréstimos da Gallerie degli Uffizi, da Casa Buonarroti e dos Musei Reali, além de imagens originais da Capela Sistina cedidas pelos Museus do Vaticano para o catálogo da mostra.
Imagens cortesia de Biblioteca Reale de Turin e da Casa Buonarroti, Florença.