Na última sexta-feira, a Fundação Bienal realizou um ato coletivo para a colheita do milho, fruto da obra Kaá de Denilson Baniwa. Comandado pelo artista, defensor dos direitos indígenas, o ato coletivo ocupou o espaço externo do Pavilhão da Bienal, em São Paulo, e contou ainda com uma roda de conversas.

© Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
O encontro teve a presença de nomes como de Francineia Baniwa, pesquisadora e a primeira mulher indígena brasileira a publicar um livro de antropologia, e Idjarrure Kadweu, poeta, editor, tradutor e antropólogo social, além de membros da comunidade Guarani de São Paulo e convidados.
Segundo Denilson, na enorme estrutura de madeira de aproximadamente 250 m², cheia de terra cultivável, erguida sobre o chão de concreto, foram plantadas e cultivadas cerca de 25 espécies, entre elas milho, pimenta, batatas, mandiocas e outras sementes.

© Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo
“Essa foi uma instalação muito colaborativa, criamos um ambiente transformador, de muita troca. Foi um processo mágico, desde as pesquisas a ver a vida brotando em meio ao concreto, observar essa obra viva passar por cada fase foi lindo. É a força da natureza se mostrando, resistindo ao calor forte, às chuvas e tempestades de vento de São Paulo. Essa é como uma verdadeira roça Guarani em meio a selva de pedra. Hoje fechamos esse ciclo colhendo o milho que plantamos e levando um pedaço desse projeto conosco para a mesa”, conta Denilson Baniwa.

© Levi Fanan / Fundação Bienal de São Paulo