Por Gareth Harris
Nicholas Coleridge, presidente dos curadores do Victoria and Albert Museum, em Londres, descreveu sua experiência de contrair coronavírus (Covid-19), dizendo à BBC Radio 4 que o vírus é como um “vírus de computador muito sujo, infiltrando-se em todas as partes do seu e contaminando todos os seus arquivos”.
O ex-diretor administrativo e presidente da publicação Condé Nast contou ao programa Today sobre seus sintomas iniciais, dizendo aos ouvintes que sua filha pediu uma ambulância depois que sua família o percebeu ficando “cada vez mais louco”.
“Foi bastante interessante porque esse Covid atinge você de forma repentina. Para mim, primeiro veio um cansaço catatônico…. pontuada por temperaturas muito muito altas, acima de 40º e pernas geladas, mas sem tosse”, disse Coleridge, acrescentando que isso levou ao delírio, com visões de cobras, figuras semelhantes as pinturas de Pieter Bruegel e figuras fantásticas.
A condição de Coleridge piorou e acabou sendo internado em terapia intensiva, embora ele tenha dito que “quase não tem memória” de estar na UTI. “Eles bombeiam você com tantos antibióticos e cargas de oxigênio, que pira com sua cabeça”, disse ele. A certa altura, um médico disse à esposa de Coleridge que ela deveria se preparar para sua possível morte. “A velocidade com que eles [profissionais de saúde] agiram, sem dúvida salvou minha vida”, acrescentou Coleridge.
Perguntado se ele poderia dar algum conselho ao primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que também foi hospitalizado após o teste positivo, Coleridge disse: “Se eu fosse o médico do primeiro-ministro, diria a ele que ele poderia trabalhar por cinco horas por dia, e, sem dúvida, ele devia voltar para a cama porque ficará cansado por um tempo.”
Fonte e tradução: The Art Newspaper