Exposição traz trabalhos de Abdo Julani (Palestina) – Alba Refulgente (Espanha) -.BABU (Angola) – Daniela Lucato (Alemanha) –Dimitra Bouritsa (Grécia) – Ellen Maiorano (Austrália) – Felipe Bittencourt (Brasil) – Francisca Sousa (Portugal) – Helena Trindade (Brasil) – Ivani Pedrosa (Brasil) – IZ (Brasil) – Kaoru Shibuta (Japão) KristofLab – Kristóf Szabó (Hungria) – LUMAZIN(Brasil) – Manuel Juno (Itália) – Marcelo Vieira Monteiro (Brasil) – Marco Biscardi (Itália) – Maria Olivia Aporia (Brasil) –Matteo Rosa (Itália) – MengLiZhang (China) – MNU (Brasil) – Nicola Privato (Itália) Osdho Images (Espanha) – Rita Manhães(Brasil) – Sam Heydt (EUA) – Silugrano (Chile) – Tales Frey (Brasil/Portugal) – Tinho Torquato (Brasil) – Valeriy Bagrintsev(Rússia) – Veronica Moshnikova (Ucrânia).
No próximo dia 30 de julho, na plataforma online ART VEINE, acontece a inauguração da exposição COMO SERÁ O AMANHÃ?,envolvendo a participação dos 30 artistas selecionados a partir de uma chamada pública internacional, que contou com a participação de 389 artistas de 38 países, que repensaram o mundo pós pandemia através de diversas linguagens artísticas, tais como: vídeo, objeto, fotografia, poesia visual, arte sonora, pintura e escultura.
Com a surpreendente quarentena que abateu-se sobre a humanidade a partir de março de 2020, trazendo uma série de questões afetas a maneira com a qual nos relacionamos com nós mesmos, com a coletividade e com o planeta, a ideia da exposição, segundo um dos idealizadores da plataforma e curador da mostra, é suscitar reflexões sobre a necessidade de repensar nossas vidas e o caminho que queremos daqui para frente, comenta Nelson Ricardo Martins. Os artistas apresentarão na exposição trabalhos instigantes, permitindo um olhar diferenciado, crítico e direto sobre a pandemia – as desigualdades que ficam mais explícitas em seu rastro; os impactos sobre a natureza; sobre os relacionamentos e as consequências em nosso imaginário tendo a proximidade da morte um fato cotidiano, completa o curador.
Os projetos submetidos ao edital foram de grande qualidade técnica e conceitual, diz Lisiane Mutti, head da Art Veine juntamente com Nelson Ricardo Martins. O Brasil foi o país que teve o maior número de artistas selecionados, um total de 11, seguido pela Itália, com 4 e Espanha, com 2.
Segue, abaixo, em ordem alfabética, a relação completa dos artistas selecionados:
Abdo Julani (Palestina), na obra Unusual Behavior (2020), o artista fotografa a si próprio com elementos de seu cotidiano por sobre o seu rosto, lembrando que os mesmos fazem parte de sua rotina durante a quarentena.
Alba Refulgente (Espanha) apresenta trabalhos desenvolvidos através de uma pesquisa com brinquedos encontrados no lixo que são recontextualizados a partir de uma visão crítica. Uma das obras que estará na exposição será Stolen Childhood (2019).
BABU (Angola) mostra imagens do Livro de Artista Acerto (2019) exibido na exposição “ACERTO”, realizada na cidade portuguesa de Coimbra, envolvendo relações de poder representadas pelo arame farpado.
Daniela Lucato (Alemanha) exibe o vídeo intitulado My name is Sami (2020), uma reflexão sobre violência doméstica, direitos humanos e condição da mulher em todos os países.
Dimitra Bouritsa (Grécia), através da sua pintura, cria paisagens imaginárias onde as mulheres são as principais personagens. É o caso da obra Je revais de joies infinies, de voluptés qui sont du ciel (2019).
Ellen Maiorano (Austrália) realiza, em seu apartamento em Berlim, a obra Home Safe Home (2020), vídeo bem humorado sobre os prós e contras do autoisolamento durante a pandemia do COVID-19.
Felipe Bittencourt (Brasil), no vídeo Bicho (2018), desenvolve uma série de posturas e deslocamentos corporais associados aos movimentos de insetos noturnos.
Francisca Sousa (Portugal), em tempos de Covid-19, através da pintura e do vídeo, amplia a linha do seu trabalho artístico, tendo o sexo e a sexualidade como libertação do “eu”. Na obra Princípios da Masturbação (2020), a artista através de uma linguagem publicitária, busca chegar a todas as mulheres e libertá-las das suas prisões individuais.
Helena Trindade (Brasil), com o trabalho LANGUAGE IS A VIRUS (2019 – 2020), traz a poesia visual no campo expandido do espaço urbano, intervindo em áreas socialmente degradadas da cidade de São Paulo, hoje o epicentro da pandemia no Brasil.
Ivani Pedrosa (Brasil) apresenta o ensaio fotográfico Intimidade descoberta (2020), que versa sobre fragmentos do cotidiano.
IZ (Brasil), em parceria com a poeta mexicana Sofia Minerva, tendo a própria mãe como protagonista, cria o poema visual La ventana(2020), atravessado por ruídos de janelas produzidos nos países onde estão em quarentena, respectivamente, Brasil e México.
Kaoru Shibuta (Japão), traz para a exposição colagens que traduzem notas musicais. É o caso da obra Swinging Mozart (2018).
KristofLab – Kristóf Szabó (Hungria) cria uma série de pinturas, como Wrong Data No03 (2020), a partir de fotos de espaços urbanos vazios por conta da pandemia.
LUMAZIN (Brasil), através do documentário em vídeo, quArentenA (2020), elabora uma série de reflexões que emergem em sua quarentena.
Manuel Juno (Itália), realiza uma performance em seu isolamento, onde bate em uma tela com um cinto, após molhá-lo em tinta, criando a obra BELT (2020).
Marcelo Vieira Monteiro (Brasil), através da escultura Sob Pressão I (2019 ) mergulha em uma série de reflexões sobre as relações de poder vivenciadas no mundo do trabalho.
Marco Biscardi (Itália), através de fotos-colagem, faz críticas a violência presente na contemporaneidade. A obra If you gotta do it, do it like this (2015) mostra um avião bombardeiro lançando brinquedos ao invés de bombas por sobre uma cidade qualquer.
Maria Olivia Aporia (Brasil), durante o isolamento social idealiza e realiza uma narrativa de ressignificação a objetos esquecidos da casa, observação dos espaços em clausura e temas pertencentes à escatologia secreta do lar, expressos no vídeo Meia noite em Vênus ou em minha defesa a Lua está cheia – Parte 1 / Facas, frutas y flores ou delicados objetos de tortura – Parte (2020 ).
Matteo Rosa (Itália), na obra Veil (2016 – 2018) propõe, através de fotos realizadas tendo um pedaço de tecido branco por sobre a lente da câmera, uma experiência envolvendo outros sentidos além da visão.
MengLiZhang (China) traz a baila, através da obra fotográfica Work Pigeon (2020), metáforas relacionadas a chegada da pandemia.
MNU (Brasil) aborda, no vídeo Beijo, questões associadas a aceitação das diferenças como base para uma humanidade perpassada pelo amor.
Nicola Privato (Itália) elabora a obra W.E.I.R.D Uncertainty (2020), partitura generativa para um solista, involuntariamente gerada por usuários do Twitter, cujos tweets são usados em tempo real para apresentações ao vivo.
Osdho Images (Espanha), a partir de imagens do fotógrafo de rua japonês Daido Moriyama, realiza o vídeo Daido Moriyama Revisited by Osdho (2020).
Rita Manhães (Brasil), na série de pinturas Fuga para o paraíso I (2020), apresenta uma espécie de paisagem proveniente de uma natureza inexistente. Como um jardim exótico que propõe ser um lugar de fuga.
Sam Heydt (EUA) utiliza a colagem e o vídeo para lançar luz sobre as interconexões entre memória, imagem e identidade. A obraBlind Spot (2020), combina imagens de destruição com retratos das virtudes nascidas do sonho americano.
Silugrano (Chile) desenvolve obras que se movimentam tal qual máquinas, definidas pelo artista como esculturas sonoras. Quien Quiere ir a la Tierra – Sonido de la Rutina II (2020).
Tales Frey (Brasil/Portugal) na videoperformance Sissyparity, 2020 Tales apresenta o próprio corpo adornado com acessórios ditos femininos em uma cultura cisheteronormativa, provocando a ilusão de que, a partir de um único corpo, outros corpos despontam através de bipartições.
Tinho Torquato (Brasil) através da videoperformance In memoria, meu sustento (2020), nos mostra um dia em sua rotina durante a pandemia, suscitando questões como desigualdades sociais, mais explícitas nesse momento de crise humanitária.
Valeriy Bagrintsev (Rússia) realiza o vídeo CIEMEZ (2020) sobre um assentamento na Rússia que ainda mantém uma conexão com o passado.
Veronica Moshnikova (Ucrânia) usa a pintura pontilhista para criar “mapas” ou registros do tempo, expressos em obras como Time record (2016).
Sobre a ART VEINE: plataforma de portfólios e exposições online que visa o impulsionamento de carreiras artísticas no campo das artes visuais contemporâneas dentro de abordagens curatoriais que preservem a unidade e coerência do conjunto. A ART VEINE foi criada em 2017, sendo gerida pelo curador e artista Nelson Ricardo Martins e pela administradora e humanista Lisiane Mutti, que atuam juntos no campo das artes visuais contemporâneas há 10 anos com a produtora Fase 10 Ação Contemporânea (www.fase10.com.br).