CCBB Brasília apresenta obra-instalação inédita de Hélio Oiticica

Os jardins do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília estão se transformando num verdadeiro museu a céu aberto. Em 07 de maio, o CCBB inaugura, em seu belo gramado, uma obra inédita, assinada por um artista que revolucionou as artes visuais brasileiras. É A Invenção da Cor: Magic Square #3, do grande Hélio Oiticica. Este é o terceiro Magic Square existente no mundo, o segundo aberto à visitação pública – o outro está instalado no Instituto Inhotim, onde é obra ícone desde a inauguração. Uma obra integra coleção particular. Magic Square #3 deverá se tornar um novo cartão postal da capital brasileira e poderá ser visitado gratuitamente.

Um labirinto construído ao ar livre, pintado com cores fortes, que transporta a arte para fora do ambiente das galerias e museus e propõe uma vivência integrada à natureza e à urbanidade, transformando o espectador em cocriador. Esta poderia ser uma definição do Magic Square, obra que sintetiza o pensamento de Oiticica. Sinônimo de invenção, Hélio Oiticica foi um artista que rompeu os limites do quadro, transpondo a tela para o espaço ambiental e propondo a integração com o espectador como participante ativo da obra de arte. Para ele, a arte ganha sentido na relação com o ser humano e deve ser vivida, experimentada, usufruída.

O Magic Square #3 é uma obra que cria planos de cor luminosos, formando ambientes para serem percorridos e experienciados pelo visitante, a partir da pintura e de materiais como concreto, granitina, vidro e alvenaria.

A obra-instalação inédita foi construída seguindo as instruções deixadas pelo artista em textos e maquetes. Ao todo, são 200 m² de uma construção que desafia rótulos e convenções. Nela, o espectador é convidado a se deixar levar pela experiência do imprevisível e celebrar a potência da arte como exercício da liberdade.

Com seus trajetos labirínticos integrados ao ambiente externo, o Magic Square #3 dá sequência ao pensamento do artista a respeito do que ele chamou de ‘arte ambiental’: na obra-instalação nada é isolado e a percepção e a experiência sensorial têm papel relevante. Como originalmente os Magic Square foram concebidos para ocupar a área urbana, a obra-instalação de Brasília está situada no gramado do CCBB, próximo à cerca que faz limite com a Ponte JK e seu trânsito contínuo. Ali, a poética de Oiticica poderá dialogar com a cidade.

A Invenção da Cor: Magic Square #3 é o primeiro passo para HÉLIO OITICICA | DELIRIUM AMBULATORIUM, uma exposição retrospectiva do trabalho do artista, com curadoria do premiado curador e pesquisador Moacir dos Anjos, que deverá chegar ao CCBB Brasília em 2023. A obra-instalação é uma realização do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília, a partir de iniciativa da Tuîa Arte Produção, com coordenação e direção executiva de Bruna Neiva e consultoria do Projeto Hélio Oiticica. A Invenção da Cor: Magic Square #3 tem o patrocínio da BB DTVM.

MAGIC SQUARE

Artista que é símbolo e inspiração do movimento Tropicalista, Hélio Oiticica (1937-1980) marcou a história da arte mundial com seu trabalho experimental, performático, presente em instalações, pinturas, esculturas e ações, que influenciaram artistas plásticos, músicos, pensadores.

Hélio Oiticica rompeu com a arte bidimensional, superando o quadro e dando início ao que ele chamava de “exercício experimental de liberdade”. Desse processo surgiram, dentre outros, os Penetráveis, como revela a entrevista registrada por Ivan Cardoso, na Folha de São Paulo, em 16 de novembro de 1985: “Para mim, foi uma abolição cada vez maior de estruturas de significados, até eu chegar ao que considero a invenção pura. ‘Penetráveis’, ‘Núcleos’, ‘Bólides’ e ‘Parangolés’ foram o caminho para a descoberta do que eu chamo de ‘estado de invenção’. Daí é impossível haver diluição. Não se trata de ficar nas ideias. Não existe ideia separada do objeto, nunca existiu, o que existe é a invenção. Não há mais possibilidade de existir estilo, ou a possibilidade de existir uma forma de expressão unilateral como a pintura, a escultura departamentalizada. Só existe o grande mundo da invenção”.

O termo Penetrável foi cunhado por Hélio Oiticica como forma de sugerir a relação ambiente x espectador. Um espaço penetrável é aquele que pode ser atravessado, aberto e transitável. Em um momento inicial, em 1960, o artista projeta uma pequena estrutura em formato de cabine com painéis de madeira modulares, pintadas na cor amarela, atraindo o espectador a vivenciar e fruir o espaço planejado, com a possibilidade de movimentar os painéis, onde a escolha do deslocamento das paredes de cores vibrantes pode instituir outras formas de desvendar a obra. Nele, o visitante deixa de ser um agente passivo para ser um espectador ativo e adentra no pensamento de Oiticica, de que um trabalho artístico só poderá acontecer com a existência do corpo por inteiro.

Os Magic Square começam a ser desenvolvidos entre 1977 e 1979. O título procura contemplar os dois termos “quadra” e “praça”, traduzidos para a língua portuguesa, simbolizando um lugar para ser público. Os Magic Square trazem como proposta uma interação do público, que permite ao espectador se locomover pelo labirinto construído ao ar livre, com materiais distintos, possibilitando diversas experiências sensoriais ao caminhar entre os enormes espaços.

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