A Casa Parte, novo projeto da Parte Feira de Arte Contemporânea, chega à sua semana final. Entre 6 e 9 de junho, o casarão em frente ao MuBE/MIS será ocupado por arte popular e arte urbana.
Inaugurada em 23 de maio, a Casa Parte já recebeu 3.000 visitantes e reuniu, em sua primeira semana, galerias e escritórios de arte, arquitetos e designers, e, na segunda, espaços independentes, ateliês coletivos e grupos autogeridos de artistas.
O projeto tem como propósito abrigar novos formatos para o cenário da arte, superando modelos que têm se mostrado cada vez menos adequados para as rápidas e intensas mudanças atravessadas pelo mercado de arte nos últimos anos.
Nas exposições, cada participante ocupa um cômodo do casarão da dec. de 1970 que ficou desocupado pelos últimos dez anos. A proposta é que os participantes apresentem projetos que não seriam possíveis em uma feira de arte tradicional, nos espaços das galerias ou dos ateliês. Nada de stand atrás de stand, “cubo branco” e pureza. A Casa Parte é uma experiência multicultural, com arte, música, bate-papos, dança, cinema.
Encerrando a programação, foram convidados curadores, galerias, escritórios e ateliês de artistas que trabalham com duas vertentes da arte cada vez mais pesquisadas e, surpreendentemente, próximas: arte popular e arte urbana.
Da novíssima geração, Renan Quevedo leva à Casa Parte acervo reunido nas muitas andanças pelo seu projeto Novos para Nós. Apaixonado por arte popular, o publicitário deixou emprego e vida em São Paulo e caiu meses na estrada com o objetivo de conhecer, documentar e catalogar artistas populares pelos cantos mais escondidos do Brasil. “São pessoas talentosíssimas, persistentes em meio à tantas dificuldades formais e financeiras, com muito a expressar e nos ensinar”, diz Renan. Na Casa Parte, ele apresenta trabalhos de mestres – como Véio e José Bezerra – e artistas que conheceu em suas muitas viagens, como Noemisia Batista dos Santos e Vieira.
A Galeria Brasiliana, dirigida por Roberto Rugiero e Fedra Faria, atua há 40 anos no segmento de arte popular. Referência no Brasil e no exterior, seu acervo conta com trabalhos de mais de 50 artistas históricos e peças de procedência indígena, além de mestres e talentos emergentes da pintura, escultura, desenho e xilogravura. Na Casa Parte, a galeria apresenta pinturas de Romero de Andrade, João Francisco, Benedito e peças das ceramistas Marta e Julia.
Na vertente urbana, a Choque Cultural transforma a Casa Parte em lugar de experimentação. Fundada em 2004, a galeria é referência globais em arte urbana e novas linguagens contemporâneas, ultrapassando as paredes da galeria e incluindo rua e espaço virtual em suas exposições. Na Casa Parte, serão mostrados trabalhos recentes de Daniel Melim, Tec, Alê Jordão e Coletivo BijaRi.
O Autivistas, grupo formado pelos artistas Derlon, Gustavo Amaral, Lelo e Onio, também estará presente. Os artistas trabalham de forma independente, dividindo o mesmo ateliê e desenvolvendo projetos especiais.
Na programação:
7/6, sexta-feira, 15h às 18h: live painting com o artista Tico Canato
8/6, sábado, 15h às 17h: Live painting a bate-papo sobre Mulheres na Arte Urbana, com Bela Gregório, Amanda Pankill e Luma Assis.
8/6, sábado, 17h às 18:30: Drops Talk com Antonio Toze, sobre Conexões entre Arte, Música e Cultura Brasileiras.
9/6, domingo, 17h: Animal Cracker, show com o artista visual e música Matias Picón.
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