Em uma movimentação silenciosa, mas de alto teor simbólico, uma nova pintura de Donald Trump apareceu recentemente em lugar de destaque na Casa Branca, substituindo o retrato oficial de Barack Obama, antes exposto no Grand Foyer. A obra retrata o presidente momentos após a tentativa de assassinato durante um comício na Pensilvânia, em julho de 2024. Na cena — que ecoa registros fotográficos amplamente divulgados à época — Trump surge com sangue no rosto, o punho erguido sob a bandeira norte-americana, enquanto agentes do Serviço Secreto o protegem. O vídeo com a imagem da obra foi divulgado de forma lacônica pela conta oficial da Casa Branca na plataforma X, reacendendo o debate sobre estética, poder e narrativa política.
A autoria da pintura permanece desconhecida, assim como os termos de sua eventual comissão, embora o estilo remeta à dramatização visual típica de imagens convertidas em ícones de campanha. O retrato anterior de Obama, assinado por Robert McCurdy e comissionado pela Associação Histórica da Casa Branca em 2022, teria sido transferido para outro espaço cerimonial, segundo fontes ligadas ao presidente Trump. A nova disposição, ainda não confirmada como parte do acervo oficial, destoa da tradição retratista que privilegia a pose estática e o distanciamento solene.
O gesto ocorre em meio a outras movimentações visuais envolvendo a imagem do presidente Trump — entre elas, a retirada recente de uma pintura sua no Capitólio do Colorado, após críticas públicas feitas por ele próprio, e a confirmação, no mês passado, de que o presidente russo Vladimir Putin lhe teria enviado um retrato como presente diplomático. Embora a Casa Branca não tenha confirmado a origem da nova obra agora em exibição, resta a dúvida — e a curiosidade — se a pintura que ocupa lugar de destaque no Grand Foyer seria, afinal, o presente vindo de Moscou.