Uma pintura de Caravaggio anteriormente atribuída incorretamente será exibida em uma exposição no Museu do Prado, em Madrid, onde será exibida ao público pela primeira vez em seus 500 anos de história.
“Ecce Homo” (1605-1609) já foi erroneamente atribuído a um aluno de José de Ribera e, há três anos, estava programado para chegar a leilão com uma reserva de apenas 1.500 euros (~US$ 1.600). Especialistas suspeitos alertaram o Ministério da Cultura da Espanha, que interrompeu a venda e proibiu a obra de sair do país. Desde então, a pintura foi restaurada e autenticada como “sem dúvida, uma obra-prima de Caravaggio”, segundo o Prado.
A obra de arte barroca retrata o imperador romano Pôncio Pilatos apresentando Cristo – a quem ele ordenou que fosse crucificado – com as palavras “Ecce Homo” (“Eis o Homem”). A pintura passou pelas coleções de vários funcionários do governo espanhol antes de chegar às mãos do rei Filipe IV em 1664, e foi listada no inventário do apartamento de seu filho, o rei Carlos II, em 1701 e 1702. “Ecce Homo” mudou de mãos mais alguns anos antes de passar a ser propriedade de Evaristo Pérez de Castro Méndez em 1821.
A pintura permaneceu na família por mais de dois séculos. Embora o leilão de 2021 tenha sido interrompido, o governo espanhol permitiu que a família vendesse a pintura de forma privada no início deste ano. El Pais relata que um colecionador inglês comprou “Ecce Homo” por 30 milhões de euros (~US$ 32,3 milhões) e prometeu doar a obra para exibição pública após sua morte.
“A velocidade do consenso em torno da obra ser um Caravaggio após sua redescoberta foi absolutamente sem precedentes na história crítica do pintor, sobre quem os estudiosos raramente concordaram, pelo menos nos últimos quarenta anos”, disse a estudiosa Maria Cristina Terzaghi, que fez parte do processo de autenticação, afirma comunicado do Museu do Prado.
Existem apenas cerca de 60 Carraviogios conhecidos, um dos quais já faz parte do acervo da instituição espanhola. “Ecce Homo” estará em exposição individual de 28 de maio a outubro e depois ficará exposto ao lado de obras do acervo permanente do museu durante quatro meses.