Após as últimas inúmeras manifestações nos últimos meses, onde membros do grupo ativista Just Stop Oil jogaram sopa sobre obras de arte famosas, um grupo de diretores de museus do Reino Unido, incluindo Gabriele Finaldi, da National Gallery, Tristram Hunt, do V&A, e Nicholas Cullinan, do British Museum, publicou uma carta aberta implorando aos manifestantes climáticos que parassem de atacar suas artes.
O grupo Just Stop Oil já respondeu. “Vamos nos encontrar na semana que vem”, sugeriu. “Vamos deixar a sopa em casa.”
Mais recentemente, sopa foi jogada sobre duas pinturas de Girassóis de Van Gogh em uma exposição dedicada ao Pós-Impressionista na National Gallery em Londres, uma resposta às pesadas sentenças de prisão impostas a dois ativistas que tinham como alvo uma das mesmas pinturas dois anos antes. Como o NMDC observou, a National Gallery foi o local de cinco ataques separados desde julho de 2022, com The Haywain de John Constable e Rokeby Venus de Velázquez também como alvos.
A carta dizia que essas manifestações “são extremamente prejudiciais à reputação dos museus do Reino Unido e causam enorme estresse para os colegas em todos os níveis de uma organização, juntamente com os visitantes que agora não se sentem mais seguros visitando os melhores museus e galerias do país”.
“Com cada ataque, somos forçados a considerar colocar mais barreiras entre as pessoas e suas obras de arte para preservar esses objetos frágeis para as gerações futuras”, acrescentaram os autores. “O mundo está atualmente em um lugar muito escuro, mas essas demonstrações agora precisam ser tiradas de nossos museus e galerias para que possam continuar a fornecer luz e consolo a todos.”
Publicando uma carta aberta em resposta, os grupos Just Stop Oil e Youth Demand disseram: “Estas são as ações de um público que está assustado, bravo, mas não quer desistir. Pessoas sem medo de usar o poder cultural de suas instituições nacionais quando essas instituições falham em fazê-lo.”
“Temos algumas ideias sobre como você pode mitigar isso”, prometia a carta, antes de se oferecer para se encontrar na National Gallery. “Temos tomadores de ação que arriscaram a liberdade para pedir o fim do petróleo e do gás que adorariam falar com o Dr. Gabriele Finaldi.”
Os autores também criticaram a carta do NMDC por não “reconhecer a emergência climática”, observando que 2023 foi o ano mais quente já registrado. Especialistas prevêem que, após as ondas de calor do verão passado, as temperaturas de 2024 estabelecerão um novo recorde.
“Hoje vocês têm problemas com sopa e adesivos, mas amanhã vocês vão lidar com a elevação das águas no [Rio] Tâmisa e ondas de calor mortais na cidade”, disse. “As pessoas perturbam os espaços de museus e galerias para quebrar a ilusão de que está tudo bem.”
A carta declarou que sua campanha, lançada em 2022, para exigir o fim de novas licenças de petróleo e gás no Reino Unido foi bem-sucedida, referindo-se aos planos anunciados recentemente pelo novo governo trabalhista. Just Stop Oil prometeu continuar com a próxima fase de sua campanha, que é exigir o fim total da extração e queima de combustíveis fósseis.
