O último dia da SP–Arte 2025, realizado no domingo (6), foi marcado por um incidente inesperado: uma visitante, ao circular com um pequeno veículo elétrico pelo térreo do Pavilhão da Bienal, colidiu com uma escultura rara de Francisco Brennand exposta na feira, provocando sua queda e destruição. O vídeo da comoção que seguiu viralizou nas redes, levanto o assunto para as manchetes.
A cena foi testemunhada por Guilherme Guzzoni, que relatou o ocorrido à Revista Dasartes. “Na hora do incidente, eu e minha amiga Sofia tínhamos acabado de chegar à SP–Arte. Estávamos vendo os mobiliários no térreo e, logo que passamos para a parte em que havia alguns itens de decoração, isso ocorreu. Foi tudo muito rápido e aconteceu na nossa frente. O sentimento que tive foi ambíguo: ao mesmo tempo que pensava ‘graças a Deus não fui eu que derrubei’, eu pensava no que a pessoa que causou isso devia estar sentindo, pois eu estaria em desespero.”
Segundo Guzzoni, a comoção foi imediata. “Na hora, o que falou mais alto foi a curiosidade das pessoas. Muita gente se reuniu em volta e parou para ver a situação. Mas, mais do que saber quem foi que quebrou, elas queriam saber o que foi quebrado. O bom é que, com isso, tanto os galeristas quanto a pessoa da situação ficaram em segundo plano — o que acredito que foi melhor para ambos.”
Rumores logo circularam de que a causadora do acidente seria a esposa de um conhecido colecionador, que lamentava pelos corredores o prejuízo com o qual teve que arcar. No entanto, ao contrário do divulgado na mídia, a obra de arte quebrada não era milenar, mas uma peça de autoria de Francisco Brennand, artista pernambucano do século 20. Diferente das edições ilimitadas produzidas em seu ateliê, objetos concebidos e executados por Brennand são raros e alcançam valores que chegam a dezenas de milhares de reais. A galeria Sandra e Marcio na qual o acidente ocorreu chamava atenção de entendidos em arte sacra pela qualidade e raridades das esculturas e artefatos religiosos em exposição, mas o acervo era quase todo de origem brasileira e, portanto, nada milenar.
A organização da feira não se manifestou publicamente até o momento. O episódio, no entanto, chamou atenção nas redes de Guilherme (@guzzzoni) e gerou debate entre visitantes e profissionais do setor sobre a segurança de obras delicadas em ambientes de grande circulação.