POR LIEGE GONZALEZ JUNG
FONDATION BEYELER
Como acontece todo ano, a prestigiosa Fondation Beyeler abre as portas para os VIPs que estão na cidade para a feira Art Basel, a maior do mundo. Este ano, a fundação escolheu a data para inaugurar uma exposição que propõe combinações curiosas entre obras de artistas diferentes e formas peculiares de expor obras-primas de seu acervo.
VITRA HAUS
A passagem por Basel não é completa sem uma visita ao campus do estúdio de design Vitra. Conhecida por produzir as criações de designers conceituados – como o casal Eames e Mies Van der Rohe- a Vitra criou um oasis do design e arquitetura ao lado da cidade de Basel. Além de um museu do design projetado por Frank Gehry, o campus conta com prédios desenhados por Zaha Hadid, Álvaro Siza, Tadao Ando, Jean Prouvé, Renzo Piano, Herzog de Meuron… e, para alegria das crianças, um dos gigantes escorregadores de Carsten Höller.
ART BASEL
Visitar a Art Basel é sempre uma experiência especial . Já na entrada da feira, uma recriação da obra Wheatfield: a confrontation de Agnes Denes, que em 1982 plantou dois acres de trigo em plena Manhattan para protestar com a exploração imobiliária que estava afugentando os artistas da cidade. Dentro do recinto, muito glamour e estilo nos corredores cheios. Já nos estandes, Ainda que abundassem trabalhos de artistas famosos , é notável a queda no número de obras de arte excepcionais em relação aos anos anteriores. Dá pra entender quando conversamos com os galeristas, quase todos com a mesma percepção sobre os negócios: vendas boas para obras de arte de valores até um patamar médio, mais dificuldade para achar compradores para os itens mais caros . O que é um valor médio varia para cada galeria, claro: as que representam artistas mais famosos estavam vendendo bem obras de arte de menos de 1 milhão de dólares.
Chamou atenção o número de obras de Jean Michael Basquiat- só em uma primeira caminhada pelo andar térreo encontramos seis, pelo menos 2 delas com potencial para alcançar valores dignos de manchete. Picasso, Lichtenstein e Leger também estavam entre os artistas com muitas obras presentes nas galerias do primeiro escalão internacional do mercado secundário: Aquavella, Landau, Van de Weghe, etc.. A brasileira Gomide e Co., antenada ao momento do mercado, montou seu estande com uma seleção de obras de artistas brasileiros e internacionais, incluindo uma pequena tela de Leonora Carrington.
Entre as contemporâneas do segundo andar, poucas novidades. A maioria dos expositores preferiu apostar em obras de nomes já estabelecidos. Phillipe Parreno, Tomás Saraceno, Anish Kapoor apareciam em vários estandes. Marlene Dumas, que tem lugar de destaque na exposição da vizinha Fundação Beyeler, Também teve boa presença.
O agito criado pela feira se espalha por toda cidade, com várias feiras satélites, exposições alternativas e eventos para todos os gostos. Mesmo com menos obras dignas de museu, a Art Basel continua valendo a visita.