A artista visual Teresa Poester e o compositor Vagner Cunha lançam a caixa Prelúdios, um objeto de arte que une som e imagem. A peça de 25 x 25 cm, produzida pela Cartonaria segundo projeto do artista gráfico Fábio Zimbres, contém o CD Prelúdios para Piano Livro II, com 12 composições de Vagner interpretadas por Fialkow, além de cinco gravuras criadas por Teresa enquanto ouvia o disco na casa-ateliê que mantém em Éragny-sur-Epte, a 70 km de Paris.
As gravuras foram impressas pela artista francesa Sabine Krawczyk e finalizadas em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, com tiragem de Marcelo Lunardi. No evento de lançamento, as obras, que dialogam com os prelúdios de Vagner, estarão expostas em uma mesa de vidro, podendo ser contempladas pelo público enquanto o pianista Ney Fialkow interpreta, ao vivo, as composições registradas no álbum. A entrada é franca.
Na noite especial, será possível adquirir as caixas, que, assim como cada gravura e CD, são numeradas e personalizadas com as assinaturas dos artistas, com edição limitada a 30 cópias. Na data, ainda estarão disponíveis partituras numeradas e assinadas de Prelúdios para Piano Livro I e de Prelúdios para Piano Livro II, com as anotações a lápis de Vagner. A tiragem é de apenas 10 cópias de cada, com impressão fine art feita pelo próprio compositor, e acompanha o CD homônimo, que também poderá ser adquirido de forma avulsa na ocasião. “Nesses tempos que a música se distancia cada vez mais dos formatos físicos, Vagner Cunha continua produzindo objetos maravilhosos, com não só uma música maravilhosa, mas com uma parte gráfica incrível também”, elogiou Vitor Ramil recentemente.
Os trabalhos, lançados pelo Selo Bell’Anima, são resultado de uma amizade e admiração mútua que Teresa e Vagner nutrem desde 2010 e que se estreitou em 2013. “Vagner usa texturas sonoras, eu uso texturas visuais”, compara a artista bageense. “Nos nossos encontros, Teresa me falou muito sobre a questão do ritmo da música com a rítmica do trabalho dela. E eu tenho a impressão de que o que ela pinta é um incenso visual, uma arte que está muito integrada. E essa percepção me chama para o incenso musical, para a produção de uma música que preenche o ambiente, que não precisa de uma atenção total enquanto é ouvida, mas que também não deixa o ouvinte se distanciar completamente”, completa o compositor.
A colaboração entre os dois artistas se iniciou em 2014, na exposição Anagramas, na Bolsa de Arte, quando Teresa criou a primeira versão do vídeo Outubro, sobre música de Vagner. Em 2019, em Labografias, Vagner tocou violino ao vivo numa performance realizada na abertura da mostra Até que meus dedos sangrem, na Sala João Fahrion da Reitoria da UFRGS, interagindo com a vídeo-instalação criada por Teresa. Se em Labografias o músico compôs a partir das imagens da artista visual, em Outubro Teresa criou os vídeos a partir do áudio de Vagner.