SONIA GOMES | MAC_BAHIA

O Instituto Tomie Ohtake tem o prazer de apresentar Sonia Gomes – Barroco, mesmo, projeto que destaca a relação entre a obra da artista mineira Sonia Gomes (Caetanópolis, MG, 1948) e a tradição barroca brasileira, sem deixar de reconhecer nesse legado as marcas do sofrimento imposto pelas violências estruturais de um país com histórico colonial e escravocrata. Com curadoria do diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake, Paulo Miyada, o projeto tem início com duas exposições quase simultâneas em Ouro Preto e Salvador, cidades fundamentais para o barroco brasileiro e que receberão as primeiras mostras institucionais da artista em Minas Gerais e na Bahia. Sonia Gomes – Barroco, mesmo é uma realização do Instituto Tomie Ohtake em parceria institucional com o Museu da Inconfidência (MG) e com o Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA).

Em Salvador, a mostra ocorre no Museu de Arte Contemporânea da Bahia – MAC_BAHIA, de 12 de abril a 13 de julho de 2025, reunindo cerca de 60 obras de Sonia Gomes, além de fotografias de Lita Cerqueira retratando a artista em seu ateliê. Paralelamente à exposição, o visitante pode acompanhar um programa público de encontros, oficinas e vivências, com programação atualizada pelo site e redes sociais do Instituto Tomie Ohtake ao longo do período expositivo.

Já em Ouro Preto a exposição acontece no Museu da Inconfidência, de 5 de abril a 5 de julho de 2025, trazendo 25 obras de diferentes períodos da carreira da artista. No segundo semestre, a experiência das exposições converge na realização de uma nova mostra em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake, de novembro de 2025 a março de 2026.

O projeto parte de uma reflexão sobre o barroco brasileiro como testemunho do trabalho, da técnica e da arte de pessoas africanas e afro-brasileiras, destacando como a obra de Sonia Gomes condensa e ressignifica essa herança no contexto contemporâneo. Acompanhada pelo curador Paulo Miyada, a artista visitou a capital baiana e Ouro Preto, além de outras cidades mineiras, para aprofundar sua pesquisa sobre os territórios e indivíduos influenciados pelo barroco e que são, ao mesmo tempo, protagonistas dessa tradição e herança cultural brasileira.

Segundo o curador, ao se reconhecer como uma herdeira do barroco brasileiro, Sonia Gomes “nos instiga a pensar o barroco como algo mais do que um estilo artístico constituído na Europa e transplantado, com distorções e contradições, a outras geografias… Essa é uma história inacabada – inacabável, até – e Sonia Gomes é uma de suas protagonistas, reivindicando a beleza para assombrar o mundo e desmanchar seus mitos autoritários de pureza, unidade e progresso”, completa.

Paralelamente às inaugurações das exposições, chega às livrarias, pela editora Cobogó, o livro Sonia Gomes – Assombrar o mundo com beleza, organizado por Miyada, que traz uma série de materiais inéditos que aproximam o leitor do sensível processo de criação da artista mineira. Com extensa seleção de obras produzidas nos últimos 15 anos e reproduções de cadernos pessoais e cartas, o livro estará à venda no MAC_BAHIA durante todo o período expositivo e tem lançamento oficial marcado para o dia 25 de abril, na Casa Iramaia, em São Paulo.

Programa Público – Salvador

Por ocasião da inauguração da exposição em Salvador, no dia 12 de abril, às 10h, acontece a atividade educativa Palavra-semente, com Mariana Per, gerente de educação do Instituto Tomie Ohtake. Indicada para famílias, a oficina propõe um percurso pela memória por meio das palavras. Como sementes, as palavras carregam em si lembranças, perfumes e texturas. Durante o encontro, cada participante escolherá sua palavra-semente e criará uma pequena escultura que represente as memórias evocadas por ela, estabelecendo um diálogo com o trabalho da artista Sonia Gomes.

No mesmo dia, às 14h, o público pode acompanhar a mesa de debate: Barroco ressignificado: memória e arte colonial em Salvador, com a presença da arquiteta e professora uruguaia residente em Salvador Alejandra Muñoz e da pesquisadora e professora de história Wlamyra Albuquerque, com mediação do arquiteto e urbanista Nivaldo Andrade. A mesa propõe uma discussão sobre a arte, memória e identidade no período colonial e na contemporaneidade. Serão discutidas as representações e os silenciamentos da população negra no período colonial e as formas de resistência cultural afro-brasileira, de maneira a valorizar as múltiplas narrativas que compõem a cultura baiana. Encerrando a programação do dia, às 16h acontece uma roda de conversa com a participação da artista Sonia Gomes, do curador Paulo Miyada, do curador e atual diretor do Museu de Arte Contemporânea da Bahia Daniel Rangel e da artista Goya Lopes.

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