A Galeria de Arte André abre, a exposição Sonia Ebling – Monográficas 6 – Matéria em Metamorfose, com curadoria de Mario Gioia. A mostra traz cerca de 60 obras da artista gaúcha Sonia Ebling, com esculturas, relevos, gravuras, desenhos, pinturas e esboços, além de itens de documentação como fotografias, catálogos, artigos de jornais, correspondências, escritos em punho da própria artista, entre outros objetos históricos e apresentados ao público pela primeira vez.
“Sonia Ebling é uma imensa escultora que merece revisões a serem feitas mais a fundo. A atual exposição tenta jogar luzes mais intensas e resgatar capítulos importantes da fecunda trajetória da artista gaúcha”, afirma Mario Gioia. Entre os itens históricos a serem destacados presentes na exposição, estão jornais de época que fazem parte da fortuna crítica da artista, pôsteres internacionais das exposições, “raríssimos”, segundo o curador, além de fotografias, catálogos e escritos da artista.
Entre os destaques da exposição, está a escultura “Adolescentes”, exibida na primeira edição da Bienal de Arte de São Paulo, realizada em 1951. Dos itens históricos, uma das raridades expostas é o jornal Correio da Manhã, de 1959, em que então crítico Jayme Mauricio transcreve um trecho em que a escultora (veterana à época) Maria Martins, comenta sobre a relação entre as duas e sua visão sobre a obra de Sonia: “Sonia Ebling é atração e é choque. Sua escultura de formas estranhas, telúricas, eróticas e puras consegue despertar, em quem as contempla, um mundo de recordações, de poesia, de tragédia, de alegria e de luminosidade”. Uma foto das duas, de 1955, ao lado da obra “Girafinha”, é o destaque da publicação.
Outro item a ser destacado é o cartaz de “Formes et Magies – Exposition de Sculptures”, uma coletiva de tridimensionais expostos no Bowling do Bois de Boulogne, em Paris, com organização de Cérès Franco, em 1963. Há também jornais e fotografias da mostra de Ebling e Fayga Ostrower, realizada em Berlim, em 1963, com críticas positivas feitas por jornais locais, comparando a brasileira a Hans Uhlmann. “Isso demonstra como os trabalhos dela dialogavam com numerosos nomes do circuito das artes naqueles anos”, conta Mario.