SLAM MARGINÁLIA – SESC 24 de maio

O Sesc 24 de Maio apresenta Revidar – Fanzine online do projeto Autoamor dá conta?, idealizado pelo núcleo socioeducativo da unidade, já disponível na plataforma issuu.com/sesc24demaio. O fanzine é produzido pelo Slam Marginália, da cidade de São Paulo (SP), abordando em diversas linguagens, como textos, poesias, crônicas e desenhos, temas como sexualidade, etnias e outros assuntos em forma de ficção, porém, que não foge à realidade contemporânea.

Para o Slam Marginália a importância de um fanzine publicado no meio virtual está nos desafios de falar e pensar sobre saúde mental no contexto da vida trans, resgatando a linguagem dos fanzines dos anos 1940, em que a ficção imita a realidade vivida, a criação coletiva do nóis, escrevendo rostos e paisagens, desenhando palavras imagéticas, rabiscando colagens, diagramando emoções, recontando a vida e a história das/os autoras/es.

Para esta edição, o Slam convidou as/os artistas ativistas abigail Campos Leal, Ayo, Carú de Paula, Castiel Vitorino Brasileiro, Kika Sena, Preto Téo, Trindade e Uarê, que descrevem em capítulos, rimas e poesias as belezas e adversidades do “revidar”.

Revidar, título do Fanzine, é a conjunção de forças, corpos, mistérios, movimentos e energias, que às vezes se transforma em vômito emocional, grito de dor, pedido de ajuda, troca de afetos, palavras, sorrisos e silêncios, sendo uma outra forma de defender a vida trans contra a violência de gênero no Brasil. De acordo com o Marginália, revidar se desenha, se escreve, se cola, se diagrama como uma forma de fugir; onde fuga é apenas um nome provisório para vida. Confira um trecho elaborado por uma das autoras:

“Nesse tempo, eu me juntei com os meus, está sendo
maravilhoso, ajuntando todas as forças que temos, nos
curando juntos, nos fortalecendo juntos. Nesse tempo de
cura, em meio ao caos, eu estou amando também, Dandara,
uma travesti maravilhosíssima que entrou na minha vida pra
seguirmos juntes e prosperar nossas vidas trans. Mostrando
que não estamos pra brincadeira, e aonde o amor prevalece,
amo a vida de todes. Vidas trans importam!”
(Kika Sena, p. 17)

Slam Marginália é um coletivo com batalha de poesia falada, fundado em 2018, para pessoas transexuais, não binárias, queer e gênero dissidente, um espaço de reconhecimento que valoriza a arte marginal e questiona os padrões cisgêneros.

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