Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú | Pinacoteca do Ceará

A Pinacoteca do Ceará recebe a exposição Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú. A mostra, uma parceria entre o museu e o Itaú Cultural, apresenta um escopo curatorial inédito, trazendo a Fortaleza obras de diferentes artistas nacionais e internacionais.

Com classificação indicativa livre, a exposição segue em cartaz até 6 de outubro de 2024 na Pinacoteca do Ceará, museu que integra a Rede Pública de Equipamentos e Espaços Culturais (Rece) da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT) e é gerido pelo Instituto Mirante de Cultura e Arte. A partir de 12 obras interativas que exploram, poeticamente, diversos níveis de diálogo entre seres humanos e software, a mostra inaugura um novo recorte curatorial da Coleção Itaú.

Os trabalhos são assinados pelos artistas brasileiros Eduardo Kac, Waldemar Cordeiro, Abraham Palatnik e Gilbertto Prado. Além deles, a exposição traz obras de Jon McCormack (Austrália) e Miguel Chevalier (México), além das produções coletivas de Regina Silveira, Raquel Kogan, Christa Sommerer e Laurent Mignonneau (Alemanha e França), Julio Plaza e Moysés Baumstein (Espanha e Brasil), Edmond Couchot e Michel Bret (França) e LAb[au] (Bélgica).

Algumas das obras que chegam agora ao Ceará integram o Acervo de Obras de Arte do Itaú Unibanco. Desde 2009, diferentes recortes da coleção de arte e tecnologia foram exibidos em oito cidades do país, em parceria com instituições culturais. Em 2022, foram exibidos no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia de Lisboa (MAAT), em Portugal, e em 2023, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, discutindo conceitos ligados à consciência cibernética.

Com obras que exigem a presença, o toque, o sopro e até mesmo a troca de dados para revelar as suas verdadeiras poéticas, a exposição da Pinacoteca do Ceará em parceria com o Itaú Cultural promove um diálogo entre arte, tecnologia e ciência. Por meio de metodologias colaborativas e diferentes visões sobre as novas interfaces entre humanos, máquinas e o meio ambiente, passado e futuro se encontram num presente socioambiental e tecnológico, que suscita a experimentação e o interesse de diversos artistas.

Em sua maioria, os trabalhos de Síntese: Arte e Tecnologia na Coleção Itaú funcionam por meio da interação tanto com visitantes – como em Ultra-Nature, de Miguel Chevalier – quanto entre os seus próprios softwares, a exemplo de Eden, do irlandês baseado na Austrália Jon McCormack. Nesta obra, o artista criou um ecossistema virtual no qual pequenas criaturas circulares evoluem por meio de um algoritmo genético. Capazes de emitir sons, com o tempo as criaturas desenvolvem comportamentos não previstos pelo seu criador, como emitir sons diferentes para atraírem a atenção das pessoas e, assim, obterem alimento.

Outro exemplo é Reflexão #3 é uma instalação de Raquel Kogan na qual a imagem de várias sequências de números é projetada na parede de uma sala escura. A projeção é refletida em um espelho de água rente ao chão. A obra é interativa na medida em que as pessoas acionam o teclado que regula a rapidez da projeção, criando um movimento contínuo. Christa Sommerer e Laurent Mignonneau são autores de Life Writer. Nesta obra, ao tocar as teclas de uma antiga máquina de escrever, as letras se transformam em criaturas artificiais que parecem flutuar. Ligando o ato de datilografar ao da criação de vida, a pessoa que usa a máquina, no papel de “escritor de vidas”, participa na geração de um mundo situado na fronteira entre o analógico e o digital.

Novas no recorte curatorial, estão as obras O arco-íris no Ar Curvo, de Julio Plaza e Moysés Baumstein; Alba, de Eduardo Kac; A mulher que não é BB, de Waldemar Cordeiro; e Objeto cinético, de Abraham Palatnik. Essas produções servem como base para a discussão sobre humanidade, natureza e tecnologia que será trabalhada em todo o percurso da mostra.

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