Silvana LaCreta Ravena | Art 100 Gallery

Em um momento no mundo em que estamos presenciando e sendo alertados para mudanças na temperatura dos oceanos, de seus níveis e no próprio eixo da terra, nasce do talento de uma artista brilhante uma exposição que fala das florestas e dos planetas. Silvana LaCreta Ravena escolheu Porto Alegre para apresentar a primeira “Conversas com o tempo” e não poderia escolher outro local visto que o estado do Rio Grande do Sul mobilizou o Brasil e impactou o mundo devido a recente tragédia climática pela qual passou. A galeria é a Art 100 Gallery e a curadora Angela de Oliveira.

A artista conta que selecionou duas séries de trabalhos orientados pela exploração visual da luz, não só como elemento plástico propriamente dito, mas também como metáfora de uma espiritualidade que não é a de uma religião organizada, mas a de um sentimento de reconexão com o universo e a natureza, percebendo neles o valor do sagrado e da transcendência. Tanto nas obras da série « Noites da Floresta » como as da série « The Planets », Silvana fala desse tipo de experiência singular na qual o tempo parece estar suspenso e o espaço parece ser de uma outra ordem.  Experiência essa, que, muitas vezes, é a a arte, assim como o contato com a natureza, o caminho que nos permite vivenciá-la.

Em « Noites da Floresta », série composta por pinturas, fotografias, cubos de luz, backlights e também joias contemporâneas, Silvana presta uma homenagem poética `as nossas florestas que têm sido duramente ameaçadas. Já na série « Os Planetas », um grupo de pinturas retro iluminadas em que a artista utiliza técnicas como óleo, acrílico e encáustica, apresentando seus questionamentos sobre o nosso senso de pertencimento à natureza.

Silvana diz que em todas as obras dessa exposição, junta aos recursos plásticos que usou para desenvolver cada tema, e foi anotando visualmente seus pensamentos e criando,  assim, uma espécie de conversa visual que parte dela e faz um convite ao fruidor para explorar com ela um espaço diferente, onde o tempo possa ser expandido e a alma cansada de realidade possa encontrar um território de expressão.  Esse diálogo dá nome a exposição :  « Conversas com o Tempo »  – tempo como a dimensão onde a vida acontece, mas também o tempo do imaginário ; tempo como tecido que qualifica nossa existência no aqui e agora, mas também o tempo da poesia, o tempo do mistério, o tempo da memória, o tempo da arte, acrescenta.

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