A exposição “Serras, ruínas e matas: pintura ao ar livre em Belo Horizonte” apresenta um conjunto de mais de 100 obras realizadas pelo grupo “Pintura ao Ar Livre”, resultado de três anos de atuação do coletivo em diversas localidades de Belo Horizonte e arredores.
A curadoria é da artista Louise Ganz e da curadora Marina Frúgoli, com assistência de Gus Rocha e Letícia Castro. A exposição reúne obras de 23 artistas, com pinturas realizadas ao ar livre em diversos locais de Belo Horizonte, incluindo áreas não convencionais como mineradoras, terrenos baldios, edifícios abandonados, beiras de córregos canalizados e poluídos, florestas urbanas incendiadas, áreas de agricultura e ocupações urbanas, além de uma série de visitas a parques municipais.
“A escolha da pintura ao ar livre é uma forma de se relacionar com a cidade, com permanências prolongadas nos espaços públicos, e as obras resultantes viram ponto de partida para pensar as dinâmicas sociais e imobiliárias” diz a curadora, Marina Frúgoli. Somadas às questões relacionadas à pintura, as obras oferecem uma leitura crítica da cidade, apresentando seus problemas e desafios. “A poética deste trabalho está vinculada às questões socioambientais, imagens de fim de mundo e problemáticas do antropoceno, sendo os locais escolhidos para os encontros, territórios que exemplificam esse debate. Ao mesmo tempo, durante o ano de 2024 trabalhamos em diversos parques, apontando para a urgência do florestar as cidades” afirma Louise Ganz.
A prática itinerante de pintar ao ar livre desloca o grupo para territórios em disputa e formas alternativas de existência na cidade. Ao se deslocar para áreas descentralizadas, o grupo estabelece uma nova relação com o espaço urbano, revelando ruínas, naturezas e habitantes da cidade. Enquanto reflete sobre os impactos do extrativismo na paisagem, ao visitar a exposição, o público poderá se deparar com uma variedade de técnicas e suportes dentro do campo da pintura, incluindo tinta a óleo, acrílica e aquarela, e bases de tela, madeira e papelão.
