Nara Roesler Rio de Janeiro tem o prazer de convidar, no dia 29 de abril de 2025, às 18h, para a abertura da exposição “Logo as sombras desaparecem”, com obras recentes e inéditas do artista suíço Philippe Decrauzat, nascido em 1974 em Lausanne, um dos principais nomes da nova geração da arte óptica e cinética. Vivendo entre sua cidade natal e Paris, seu trabalho integra numerosas coleções institucionais na Suíça e na França, além de estar no MoMA de Nova York e no MACBA, em Buenos Aires.
No dia 30 de abril, às 18h30, será exibido na Cinemateca do MAM o filme “Gradient” (2021), em que Decrauzat aborda as propriedades da luz no cinema a partir de um filme canônico: “Aurora” (1927), do cineasta alemão Friedrich Wilhelm Murnau. Nesta apresentação única na Cinemateca do MAM, Philippe Decrauzat conversará com Jonathan Pouthier, responsável pela coleção e programação de filmes do Centre Pompidou, em Paris.
Na Nara Roesler Rio de Janeiro, estarão 18 pinturas em acrílica sobre tela, das quais treze criadas por Decrauzat especialmente para a exposição. Cinco obras – também nunca vistas no Brasil – foram mostradas em individuais do artista em Genebra, Madri e Salzburg, em 2024. Os trabalhos pertencem a duas séries – “Screen” e “Gradient”, desdobramentos de sua pesquisa sobre percepção visual.
O título da exposição tem origem nos estudos realizados pelo médico e cientista tcheco Jan Purkyne (1787-1869) na década de 1820 sobre a anatomia e a fisiologia do olho humano. Decrauzat se interessa particularmente pelas descobertas de Purkyne sobre o fosfenos, fenômeno visual caracterizado pela percepção de flashes ou manchas de luz gerados por estímulos internos, como pressionar as pálpebras fechadas.
Na série “Screen”, Philippe Decrauzat faz alusão tanto à tela digital e às imagens virtuais presentes em nosso cotidiano, como aos fosfenos. A ideia é tratar a tela como uma superfície que produz brilho, seja ela um monitor, seja um olho.
Em Gradient, trabalhos criados pelo artista em 2025, a geometria apresentada é de natureza regular, e constituída por uma malha de quadrados escuros e claros que se intercalam. As formas estão em uma gradação de cinzas e brancos, criando um movimento à medida que o olho do espectador percorre a tela. Essa série estabelece um diálogo com o filme “Gradient”, de 2021, apresentado pela primeira vez no Kanal/Centre Pompidou, em Bruxelas, que se apropria da obra-prima “Aurora” (1927), de Murnau. Decrauzat altera totalmente a sequência da obra original, reeditando-a com base em um algoritmo. O resultado é estruturado na gradação progressiva de brancos, do mais escuro ao mais claro. Quando projetado, o novo arranjo mostra o movimento natural da luz construído como um princípio narrativo no filme original.
Embora herdeiro da arte cinética e óptica iniciada há mais de 60 anos, os jogos luminosos, padrões geométricos e composições ondulatórias criados por Decrauzat não são produto de projeções matemáticas puras ou exercícios formalistas, ainda que os elementos trabalhados por ele tenham alto grau de precisão. Seus trabalhos discutem a cultura visual contemporânea, o mundo pop, o cinema, a tecnologia e a ciência.
Philippe Decrauzat afirma: “O observador está sempre no centro de meus dispositivos”.