Paulo von Poser | Solar da Marquesa

Paulo von Poser, artista plástico paulistano, exibe “à deriva_SP”, no Solar da Marquesa de Santos, uma das treze casas históricas que compõe a rede do Museu da Cidade de São Paulo. Com 55 trabalhos (28 trabalhos + 27 fotos históricas), constrói um panorama entre passado, presente e futuro da região central da cidade de São Paulo através do traço do artista conhecido pelo seu desenho de observação sobre a vida e a transformação das cidades.

A paixão do artista pela arte e por sua cidade, presenteia seu publico com 27 fotos históricas, 1 mural/mapa da deriva pintado no local, 6 desenhos vistas aéreas realizados em topos de edifícios, 6 desenhos sobre páginas do álbum comparativo Militão, 8 livros de história da cidade desenhados, 1 gravura do Palácio da Justiça, 1 tela Parque D. Pedro II, 4 imagens do futuro e 1 caderneta de anotações “deriva_sp”.

Como descrito acima, diversos suportes, técnicas e desenhos compõem a mostra que converge para o sentimento de pertencimento do centro de São Paulo, como um presente para a população, especialmente aos usuários da região onde a cidade nasceu.

Com base em 27 fotos históricas selecionadas do acervo do Museu da Cidade de São Paulo, ampliadas em metacrilato em formatos variados, von Poser desenha diretamente na parede um mapa da deriva que realizou entre a Praça João Mendes e o Largo de São Bento, e aplica sobre o mapa as imagens históricas para retratar o presente que se apresenta nos desenhos sobre madeirados lugares fotografados.

Além disto, um outro futuro possível é sintetizado no projeto de revitalização e modernização do Pateo do Colégio redesenhado, projeto do arquiteto Pedro Mendes da Rocha, onde o artista cria uma ode ao futuro da capital paulista.

Caminhar e desenhar e caminhar e andar de metrô e subir nos terraços, espiar pelas janelas, falar, ouvir, pedir, agradecer derivas. O artista encontra o título para exposição. No transcorrer do processo, se encanta novamente com sua cidade ao procurar, no acervo do Museu da Cidade, imagens soltas e potentes destas mudanças, junto com memórias de suas primeiras visitas como estudante e depois com seus alunos, como professor.

“O mapa desta procura está aí: uma trilha entre a Tabatinguera e o Largo São Bento, altos e baixos, riscos e traços sobre as comparações de uma cidade sem memória, sem julgamentos, taipa e concreto respiram com a nostalgia da terra e do pó. Os livros desenhados voltam a ser únicos mesmo em sebos banais. Uma forma de gratidão pelos professores de história e historiadores e fotógrafos, bibliotecários e arquivistas e antropólogos, e pesquisadores que nos ajudaram a entender a cidade. Uma linha traçada sobre uma reprodução de uma foto pode abrir uma fenda, uma dobra no tempo”, descreve o artista”.

 

“Redesenhar o centro de SP, a partir do acervo histórico do Museu da Cidade, revelou nessa mostra, traços de lugares desconhecidos e desaparecidos de nossa memória urbana”.

Paulo von Poser

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